Pelo menos 60 presos com ferimentos na cabeça, fraturas nas pernas e nos braços, ocasionados durante conflitos com agentes da Segurança durante abordagem policial no presídio Francisco de Oliveira Conde, deram entrada no setor de emergência do Pronto Socorro de Rio Branco na noite desta sexta-feira, 19.
Desses detentos, três passaram por procedimentos cirúrgicos e quatro ficaram internados. Uma ala do Huerb foi isolada e os presos continuam sendo monitorados pelas forças de segurança. A expectativa é que os detentos internados no PS sejam liberados ainda hoje e retornem a penitenciária. As informações foram repassadas pela direção do Hospital na manhã deste sábado.
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Ontem a noite, a rua José de Melo, acesso ao hospital, foi fechada pela polícia, e a entrada do setor de emergência, lugar de acesso exclusivo para viaturas do Samu e ambulâncias, foi isolada. Para atender os presos, o Hospital teve que remanejar mais profissionais para o setor de emergência. Mais de seis médicos estavam de plantão realizando os atendimentos.
O conflito ocorreu porque os presos resolveram reagir à abordagem policial no Pavilhão K do FOC, na tarde desta sexta-feira.
Em nota, o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) confirmou que “houve resistência por parte dos detentos, quando avistaram as equipes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e agentes penitenciários. Momento em que os detentos iniciaram um motim, queimando colchões e batendo grades”
Segundo o Iapen, o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados por medidas preventivas. “Em razão da resistência violenta dos detentos, foi necessária a utilização proporcional da força policial para cessar o motim. Tanto detentos quanto policiais sofreram ferimentos leves”.
A direção do Iapen acrescentou ainda que “os agentes e os policiais agiram dentro dos procedimentos legais e toda a situação durou cerca de 40 minutos, até ser controlada. No momento, equipes do Samu e da unidade de saúde penitenciária realizam os devidos atendimentos médicos. A conduta dos detentos será apurada em procedimento administrativo. A direção da unidade formou uma comissão de familiares e servidores administrativos do Iapen para dialogar com familiares que estão no local”.
A rebelião começou por volta das 16h. Os detentos reagiram à abordagem policial por não aceitarem a medida tomada pela Segurança Pública de separar os líderes das facções criminosas dentro presídio, responsáveis pelos últimos atentados na capital e interior do Acre.
Há informações de que no momento da diligência, alguns desses presos enfrentaram os policiais armados com facas. A polícia reagiu com balas de borracha e cassetetes
“Os presos jogaram água quente, pedras e facas nos policiais. Tocaram fogo em colchões. Nunca tinha visto aquilo. Parecia coisa do Carandiru”, disse um agente penitenciário, que pediu para não ser identificado.
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