O cabo da Polícia Militar Alexandro Aparecido dos Santos, de 36 anos, morto com um tiro no pescoço durante uma abordagem a três pessoas no conjunto Novo Horizonte, no bairro Floresta, em Rio Branco, estava há sete anos na corporação, segundo informou a Polícia Militar.
A guarnição fazia patrulhamento de rotina em combate ao tráfico de drogas na região quando ordenou a parada de um veículo, cujo motorista não obedeceu e seguiu em fuga. Após alguns minutos de perseguição policial, os policiais conseguiram localizar o veículo e abordaram o motorista e os passageiros.
No momento da abordagem, Kenned Magalhães teria lutado com o cabo Alexandro Aparecido e conseguido tomar a arma do policial, onde o atingiu com um tiro no queixo. O policial morreu na hora.
Na delegacia, Kenned disse que não parou o veículo porque já estava sendo perseguido vários dias por um policial, então, preferiu parar em frente à residência. No local, de acordo com o suspeito, os policiais começaram a enforca-lo e ele perdeu um pouco do sentido.
“Não sei o que aconteceu direito. Comecei a me bater e talvez a minha mão tenha encostado na arma do policial. Só sei que atirou. Não tenho problema com a polícia. Foi um acidente. Não foi minha intenção. Não tenho capacidade para fazer isso”, disse o suspeito.
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O comparsa de Kenned, Jhonatan Clarc afirmou na delegacia que o disparo foi feito por Kenned. “Eu fiquei horrorizado e, com medo de morrer, eu corri. Mas me entreguei depois para ser colocado no depoimento”, afirmou.
O outro abordado conseguiu fugir e ainda não foi localizado.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ainda foi acionado, mas o militar já estava sem vida.
O comandante da Polícia Militar, coronel Julio César dos Santos lamentou o ocorrido e disse que o episódio é o risco natural que sofrem os policiais diariamente. Porém, enfatizou ser baixo no Acre, comparado a outros estados, o número de militares ferido ou morto durante o serviço. Ele lembra que o último caso ocorreu em dezembro de 2014, na cidade de Cruzeiro do Sul.
“Um ano e meio sem esse tipo de ocorrência, mas sem dúvidas é um grande prejuízo. É o risco que a profissão de policial tem. Esse caso não é o primeiro e nem será o último de o suspeito tentar reagir”, ressaltou o comandante.
Argumentado se o policial teria falhado na hora da abordagem, fazendo com que o suspeito tivesse conseguido se apossar da arma, o comandante preferiu não entrar no mérito. Segundo ele, ainda não é o momento de discutir esse ponto e um inquérito será aberto para tratar das causas do crime, onde as informações serão divulgados posteriormente.
“Ele morreu em serviço à sociedade. Foi um herói. Saiu de casa como todas as vezes para trabalhar e não pôde retornar com vida. Ontem celebrou o Dia dos Pais com os três filhos e a esposa e hoje nos deixou. O falecimento dele irá fortalecer mais a nossa polícia”, acrescentou.
O comandante do Terceiro Batalhão da Polícia Militar, Sousa Filho disse que todas as informações estão sendo apuradas.
Já o pai de Kenned, José Carlos Magalhães, defende o filho e diz que o filho estava imobilizado não podendo efetuar disparos. Diz ser ser armação de que Kenned tenha pego a arma do policial.
O velório de Alexandro Aparecido dos Santos acontecera na Capela São João Batista, na avenida da Antonio da Rocha Viana, após o corpo ser liberado do Instituto Médico Legal (IML). Ele receberá todas as honrarias militares por ter morrido a serviço.
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