O pífio desempenho de nossos atletas olímpicos nos jogos deste ano no Brasil revela, no fundo, a triste realidade de uma Nação cujo progresso caminha em descompasso com suas potencialidades.
Com apenas uma medalha de ouro, uma de prata e duas de bronze, amargamos a 22ª colocação no ranking dos campeões (dados desta sexta-feira, 12).
No topo da lista, os norte-americanos lideram com 44 medalhas – 16 de ouro, 12 de prata e 16 de bronze. Em segundo lugar vem a China, que já amealhou 37 medalhas – 13 de ouro, 10 de prata e 14 de bronze.
Não é à toa que Estados Unidos e China são, respectivamente, a primeira e a segunda maiores economias do mundo. O Japão, a terceira potência econômica mundial, só figura em quarto lugar, atrás da Grã-Bretanha, porque possui três medalhas de prata – contra oito dos bretões. Mas no total, até o momento, os japoneses ostentam três medalhas a mais que os terceiros colocados.
As primeiras posições no ranking dos países medalhistas das Olímpiadas de 2016, portanto, estão de acordo com o tamanho do PIB (Produto Interno Bruto) dos participantes.
Depois de figurar em sexto lugar na lista dos mais ricos, o Brasil caiu para a nona posição, segundo matéria da revista Exame, de março deste ano.
O fraco desempenho na economia, com a retração do PIB e o aumento do dólar nos fez descer alguns degraus na escadaria da fortuna.
Ainda assim, a 22ª colocação nas Olimpíadas é incompatível com a dimensão econômica do País.
Há explicações óbvias para isso, e uma delas, como costumam repetir até mesmo os atletas mais destacados, é que há muito pouco incentivo ao esporte no Brasil.
Nossa paixão desenfreada pelo futebol e o descaso das autoridades para todo o resto devem ser responsabilizados pelo vexame nacional no conjunto das modalidades esportivas constantes do evento.
Fosse apenas isso, este artigo se encerraria por aqui. Acontece que a nona economia do mundo precisou transformar o Rio de Janeiro em uma praça de guerra para garantir que a criminalidade não afetasse o espetáculo – e ainda assim os bandidos, sempre destemidos, continuam a mostrar aos visitantes que por aqui nem a polícia impõe respeito.
O governo de Lula apostou em duas grandes encenações na tentativa de consolidar sua imagem como um estadista planetário. A Copa do Mundo nos legou prejuízos, as Olimpíadas também nos humilham e o petismo derreteu.
No revezamento quatro por quatro da política brasileira, os eleitores costumam coroar representantes preocupados apenas com os cem metros rasos do quadriênio de regalias.
E na maratona das mazelas nacionais – decorrentes da ação de eleitores indoutos e de políticos espertalhões – estamos sempre à frente dos adversários.
Resta-nos, infelizmente, brilhar no pódio da humilhação.
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