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Entre gafes e profecias, a dança das cadeiras

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Líder do PT na Assembleia Legislativa do Acre, a deputada Leila Galvão se referiu, na última quarta-feira, 10, à colega Eliane Sinhasique (PMDB) como “futura prefeita”. Sinhasique, como se sabe, é adversária do aliado de Leila e atual prefeito de Rio Branco, Marcus Viana.


A gafe da deputada, percebida por ela própria assim que proferida, lhe arrancou um sorrisinho amarelo e uma tentativa de emenda que saiu pio que o soneto.

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Péssima oradora, a petista se destaca na Aleac pelos longos e desconexos discursos sobre tudo que revela ignorar. Agora mostrou que sua inabilidade retórica é capaz até mesmo de tropeçar na lógica do que pretende dizer.


Em abril, na comissão especial do impeachment na Câmara dos Deputados, o petista Paulo Pimenta, ao se referir a Dilma Rousseff, chamou-a de ex-presidente. Foi um alvoroço geral, para constrangimento do parlamentar, que avermelhou como o próprio sobrenome.


Em junho, o advogado da presidente afastada e ex-ministro José Eduardo Cardozo também cometeu um deslize na comissão especial do impeachment no Senado, ao citar, entre os juristas contrários ao afastamento da companheira, o nome de Thomas da Rosa Bustamante, conhecido pelos colegas como “Thomas Turbando”. A junção do nome ao neologismo gera um cacófato de conotação sexual.


Como o vídeo de Leila Galvão chamando Sinhasique de futura prefeita, os episódios envolvendo Paulo Pimenta e Eduardo Cardozo viralizaram nas redes sociais, ganhando também amplo destaque na mídia.


Pelo que se pode intuir da aprovação, por 59 votos contra 21, do relatório que pede a cassação de Dilma Rousseff no Senado, o deputado Paulo Pimenta estava certo na gafe que virou vaticínio.


Até mesmo o chefão do Partido dos Trabalhadores, em reunião esta semana com membros da sigla, entre os quais o senador Jorge Viana (PT), admitiu ser remota a possibilidade de Dilma escapar da guilhotina.


Resta aos caciques do PT pregar a necessidade de um redesenho da sigla e uma guinada nas estratégias políticas capazes de exumar o cadáver em que se transformou o desejo de se perpetuarem no poder.


Quanto a Leila Galvão, sua impropriedade retórica foi comemorada pelos adversários de Marcus Viana e ironizada por Sinhasique.


Arriscar que Leila está certa como esteve o correligionário Pimenta é uma inadvertência que ninguém de bom senso gostaria de cometer.


Afinal, Marcus Viana é um adversário fortíssimo, e seu embate nestas eleições haverá de revelar o tamanho de sua capacidade de ter se desvinculado das desgastadíssimas figuras que lhe anabolizaram a chegada ao poder em 2012. Falamos de Lula, Dilma e, óbvio, Sebastião Viana, de quem alguns assessores, à boca pequena, têm dito que seria mais útil afastando-se do pupilo.

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Mas em breve saberemos se Leila Galvão, como Paulo Pimenta, tem o dom de prever o futuro.


 


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