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Pokémon, Sebastião e a vida real

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O jogo do momento, que muita polêmica tem causado em várias partes do mundo, já chegou ao Acre com alguns contratempos. Um deles foi o caso de quatro jogadores, confundidos com assaltantes e denunciados por um vigilante, que acionou a Polícia Militar.


Após averiguação, o grupo acabou liberado. Afinal, não há crime em procurar Pokémons.


Mas a ironia de se dedicar a uma atividade virtual e se deparar com coturnos de verdade é que o Acre parece o lugar ideal para que um simples jogo nos dê a dimensão de outra tragédia, que nada tem a ver com o tema. Afinal, as metáforas, entre suas várias utilidades, servem para nos explicar como o mundo funciona.

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A do momento é que o governador Sebastião Viana, na ausência de ações concretas que nos levem ao nível de desenvolvimento prometido desde 1999 por Jorge Viana, poderia nos poupar de continuar apregoando a irrealidade.


Seria interessante ver os assessores do governo ocupados em capturar Pókemons. Ao menos teriam o que fazer no seu ócio regiamente remunerado.


Desafeitos ao trabalho – por não ter mesmo o que fazer ou porque são contratados apenas pra elogiar Sebastião em seus muitos erros diários –, a maioria deles faria melhor ao Estado se saísse por aí com algum objetivo definido: como, por exemplo, provar que o Acre pode fazer bonito no ranking do jogo mais comentado do momento.


Não resta dúvida de que há Pokémons a capturar ao longo da BR-364, que a turma de Sebastião Viana poderia percorrer a pé, de Sena Madureira a Mâncio Lima. O único perigo seria cair nos imensos buracos ou atoleiros que fazem da realidade um jogo incompatível com o que nos foi prometido.


A outra sugestão é que os assessores do governador ousem caçar os bichinhos virtuais à noite, em bairros como Defesa Civil, Mocinha Magalhães, Caladinho, Calafate, Taquari e Sapolândia. Alguém se habilita?


Brincadeiras à parte, há no governo do PT a necessidade de admissão da enorme distância entre o Acre virtual e o Acre real.


Os sucessivos governos da Frente Popular deveriam caçar alternativas aos problemas do povo acriano, como os aficionados do jogo da moda procuram Pokémons.


Sebastião Viana, em sua inatividade neste segundo mandato, poderia impor objetivos aos seus muitos assessores e secretários, a maioria deles reféns da inatividade e dispostos a elogiar tudo que o comandante faz – mesmo que esteja redondamente enganado.


Pokemóns são criaturas inexistentes, virtuais e inúteis – tanto quanto esperar qualquer resultado de um governo que se intimidou diante da realidade da crise e espera que o jogo do poder seja uma brincadeira que encanta os adultos muito mais do que as crianças.


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