Há mais de vinte dias do afastamento de Everaldo Gomes do cargo de prefeito de Brasiléia, e da prisão do secretário-geral da executiva estadual do PMDB, Aldemir Lopes, o partido não se manifestou a contento sobre os escândalos que envolvem a passagem de ambos pela administração daquele município.
Em nota, emitida no dia seguinte à prisão de um e ao afastamento do outro – além de quatro secretários municipais –, os caciques peemedebistas se restringiram a dizer que apoiam “todas as investigações necessárias a fim de que a verdade e a justiça prevaleçam”.
E, de quebra, avisaram ter colocado os advogados da sigla à disposição dos quadrilheiros. Aldemir e Everaldo, além de alguns subordinados, são acusados de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Às vésperas das eleições municipais, o mínimo que se poderia aguardar de uma legenda cuja candidata a prefeita da capital insiste em apontar os desmandos do PT, era de que tomasse providências para higienizar o ambiente partidário.
Nem isso se fez, porém. Tanto a prisão de Aldemir Lopes quanto o afastamento de Everaldo Gomes são assuntos aparentemente esquecidos nas hostes peemedebistas em menos de três semanas.
Ao silêncio incômodo dos próceres do PMDB se segue a confusão resultante de atos que continuam a inviabilizar um município outrora reconhecido por seu potencial turístico.
Referimo-nos ao recente episódio protagonizado pelo prefeito em exercício Jorge da Fazenda (PSD) e o procurador-geral do município, Pedro Diego, que saíram no braço após divergência sobre o cancelamento de um concurso público realizado pela prefeitura – e que inchou a folha de pagamento com 273 novos servidores.
Mais grave que isso é a denúncia de que há outra centena de professores cuja irregularidade consiste na irregular manutenção de três contratos.
Mesmo longe do cargo, Everaldo Gomes deve continuar sendo apontado pelo descalabro na administração municipal, ainda que nada tenha a ver com o destempero dos que não se entendem sobre as medidas saneadores necessárias e acabam resolvendo suas desavenças no muque.
Ainda que preso, Aldemir Lopes continua a integrar o PMDB, do qual Eliane Sinhasique jura que haverá de tratar de corrigir os rumos de uma política que, segundo ela, tem lesado os cidadãos acrianos por conta da voracidade do PT.
Everaldo Gomes e Aldemir Lopes são dois pesos mortos que a deputada terá de carregar nestas eleições. E seu silêncio quanto às medidas que devem ser adotadas contra ambos apenas levanta a suspeita de que em breve eles poderão estar politicamente reabilitados.