.O lançamento precipitado da candidatura Michel Temer só lhes trará prejuízos. O tempo dirá.
O cordão dos puxa saco cada vez aumenta mais, ainda que a experiência já tenha demonstrado que as suas ações, não raro, costumam se voltar contra os interesses dos próprios bajulados, até porque, os bajuladores só expressam aquilo que soa doce e suave aos ouvidos daqueles em cujas graças pretendem cair. Daí suas atrações pelos palácios, e mais ainda, pelos príncipes.
Decerto, não fosse à vaidade humana, os bajuladores seriam proibidos de freqüentar os palácios. Maquiavel, por exemplo, já os tinha na conta de uma praga, e das mais perigosas, justamente, por sê-los capaz de elogiar as boas qualidades, ainda que os príncipes não as tenham, e de ignorar as suas más qualidades, ainda que os tenham em abundância.
O lançamento da candidatura Michel Temer, quando sua interinidade sequer chegou ao fim, em nada o ajudará. Prejudicá-lo, certamente, até porque, os desafios que os aguardam, jamais poderão ser enfrentados por quem, de antemão, se coloca ou fora açodadamente colocado na condição de candidato. Assim só se comporta quem não respeitam seus limites.
Ainda que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tenha ressalvado que o presidente Michel Temer só será candidato a reeleição se sua gestão for bem sucedida, ou seja, se obtiver índices de aprovação popular acima dos 50%, de bom e ótimo, a emenda ficou pior que o soneto, sobretudo, para os tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra, diria até, para o ministro Henrique Meirelles, todos interessados em disputar à presidência nas eleições de 2018. Bem diz o ditado popular: de filho bonito todo muno quer ser pai, mas se feio, que procure o culpado.
Como os tucanos acima referidos só embarcaram na canoa do impeachment da presidente Dilma Rousseff após o vice-presidente Michel Temer jurar por todas as juras que em ascendendo ao poder, apenas completaria o restante do mandato que herdaria, sem dúvidas, as articulações dos mais proeminentes ministros do ainda presidente interino Michel Temer, tão bem explicitamente verbalizadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no mínimo, irá gerar altíssimas dozes de desconfianças no ninho dos tucanos, afinal de contas, se os filhos do governo Michel Temer nascer bonitos, o pai será ele, mas se nascerem feios, ainda que sem pena e bico, a paternidade será dos tucanos.
Embora o presidente Michel Temer, através de uma nota oficial, tenha declarado que não cogita ser candidato a reeleição, só o fato de ter dito que se sentira bastante honrado com a lembrança do seu nome, e como ninguém rejeita honrarias, só o tempo dirá se o presidente Michel Temer será, ou não, candidato a reeleição.
Nas eleições para a prefeitura da cidade de São Paulo, em 2004, o então candidato José Serra assumiu o compromisso, de viva voz e de papel passado, que se eleito, jamais renunciaria o mandato para disputar o governo do Estado. E o que fez? Elegeu-se, renunciou o mandato de prefeito e foi candidato ao governo.
Se que disto usa disto cuida, é de uma possível candidatura de Michel Temer a reeleição, que os tucanos mais temem, em particular, o atual ministro e senador José Serra.
*Narciso Mendes de Assis é engenheiro civil, empresário da construção civil de das comunicações e já ocupou mandatos de deputado estadual e federal. Hoje se dedica as suas empresas de comunicação. Atualmente dirige o jornal O Rio Branco, o mais antigo do Acre.
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