O juiz de Direito Clovis de Souza Lodi condenou Lucival Lopes de Souza, o ‘Pitaco’; Ismael Ferreira Liberato da Costa, o ‘Remison’; e Francisco dos Santos Coimbra, o ‘Rico’, pelos crimes de roubo consumado, roubo tentado e corrupção de menores, em Brasileia. De acordo com as investigações, ‘Rico’ é um dos líderes da facção criminosa ‘Bonde dos 13’. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC).
O caso tem a agravante de envolver a organização criminosa ‘Bonde dos 13’, que atua no Acre, principalmente em Rio Branco e Brasiléia. De acordo com o MPAC, o comando para o crime partiu de dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco.
O foco da facção costuma ser o tráfico de drogas, roubo de veículos com destino à Bolívia, corrupção de menores para que integrem a facção e pratiquem os crimes, bem como, homicídios, latrocínios etc.
Quando capturados, os integrantes costumam negar qualquer envolvimento nos crimes e na facção, sob pena de terem sua vida e de familiares ceifadas a mando de líderes da facção que, segundo as investigações, um deles seria Francisco dos Santos Coimbra, o ‘Rico’.
De acordo com a promotora de Justiça de Brasileia, Maria Fátima Teixeira, no dia 24 de novembro de 2015, Pitaco recebeu o comando de um dos líderes da facção, o Rico, de dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde, por telefone, para que realizasse o roubo de uma caminhonete em Brasileia.
Pitaco, então, juntamente com o adolescente P. H. L. da S., se deslocou à Brasileia para executar a ordem recebida. O dinheiro da venda da caminhonete deveria ser entregue a ‘Rico’.
Em Brasileia, o denunciado e o adolescente se deslocaram à residência de ‘Remison’, a fim de pegarem as armas de fogo, um revólver calibre 38 e um 32, deixadas pelo adolescente C. A. C. A. para serem usados na empreitada.
De posse das armas, Pitaco e P. H. L. da S. seguiram para o Bar Pé de Ferro, onde avistaram duas caminhonetes estacionadas. Ali, renderam as vítimas e exigiram as chaves dos veículos, uma Amarok, de propriedade de José Uilian da Silva Maciel, e uma Hilux, de propriedade de Ademir Ferreira da Silva.
Na ocasião, a vítima Ademir negou entregar a chave do veículo aos criminosos e foi agredido com uma coronhada de revólver em seu rosto, ocasionando lesões.
Os denunciados fugiram do local levando a Amarok e se dirigiram à Bolívia. Ali, deixaram o veículo para venda. Posteriormente, retornaram à residência de Remison para devolveram as armas de fogo utilizadas no crime.
De acordo com o MPAC, nesse ínterim, os denunciados foram vistos pelo sistema de segurança próximo ao local e, logo após, foram presos em flagrante, quando tentavam se deslocar para Rio Branco.
Os réus foram condenados pelos crimes de roubo consumado, roubo tentado e corrupção de menores. Lucival Lopes de Souza, o Pitaco, a 13 anos e 9 meses em regime penitenciário fechado. Ismael Ferreira Liberato da Costa, deve cumprir 4 anos, 5 meses e 12 dias em regime penitenciário semiaberto.
O juiz decretou a prisão preventiva de Francisco dos Santos Coimbra, o ‘Rico’, por ter planejado e ordenado os crimes de roubo e corrupção de menores, além da aplicação da lei penal, por manter contatos com malfeitores da Bolívia, que receptam principalmente carros roubados no Brasil, o que configura um indicativo de que ele teria guarida no país vizinho.
“As penas somam 35 anos de reclusão no regime penitenciário fechado. O Ministério Público também pediu que Rico fosse para o regime disciplinar diferenciado, a ser cumprido em presídio federal, o que foi determinado pelo juiz”, esclarece a promotora de Justiça Maria Fátima.