Em meio ao escândalo da Operação Lares, em curso desde fevereiro sob a coordenação da Polícia Civil, a imprensa noticiou casos de pessoas beneficiadas irregularmente com uma casa popular em conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida no Acre.
Diferentemente, a cuidadora de idosos Regiane Ramos, de 37 anos, espera há mais de sete pelo benefício da casa popular para viver com o filho. Ela recebeu a promessa da Secretaria de Habitação e Interesse Social (Sehab) ainda em 2015, mas até agora nada foi cumprido e ela se diz enganada.
Procurada há mais de 15 dias, a instituição governamental não se manifestou sobre as reclamações de Regiane. Antes, a Sehab disse que não se comentaria citações ao ex-secretário-executivo da pasta, Daniel Gomes, preso durante a Operação Lares, mas enviaria um informe sobre a situação cadastral de Regiane, o que não foi feito até esta terça-feira, 3.
“Quando eles nos falam uma coisa, a gente acredita. Eu liguei várias vezes para a Sehab, fui lá pessoalmente, mas o que eles diziam é que eu tinha que esperar a próxima etapa da Cidade do Povo. Só que já entregaram várias casas lá, e eu fiquei de fora. Eles só mandam eu esperar, mas já estou cansada de ouvir a mesma coisa”, reclama Regiane.
A história da cuidadora de idosos já foi retratada pelo ac24horas em março de 2015. Na época, Regiane estava abrigada na casa da mãe, no bairro XV, no 2º Distrito de Rio Branco. O apartamento em que ela vivia foi tomado pelas águas do rio Acre durante a cheia histórica. Em vários momentos da entrevista, a mulher se emocionou.
“Eles nunca me pagaram o aluguel social. Quando eu procurei a funcionária de lá ela me disse que o governo já não trabalha mais com esse tipo de benefício. Eu não sei o que fizeram com a minha casa, onde está essa casa. Na época, me falaram que eu ia ser contemplada na Cidade do Povo, mas até hoje nada”, completa.
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