Ao observador atento resta comprovado que a oposição acriana comete um erro comezinho: disputa as eleições deste ano com o olho no pleito de 2018. Antecipar projetos, condicionando possíveis resultados imediatos a questões futuras, pode acarretar equívocos como os observados até agora.
Vamos aos fatos. O PSDB, que com Tião Bocalom e, posteriormente, Marcio Bittar, protagonizou eleições duras contra o PT, agora parece reduzido a figurar de coadjuvante no maior colégio eleitoral do Estado, tendo em vista que não apresentou um nome à altura da disputa contra o atual prefeito Marcus Viana (PT).
A eleição para a prefeitura da capital, ao que parece, nunca esteve nos planos do partido, que após perder a professora Socorro Neri para o PSB, insistiu na pré-candidatura de Francineudo Costa – uma pantomima que (todos sabiam) estava destinada a desfazer-se tão logo houvesse outro nome mais viável.
Aliar-se a Antônia Lúcia (PR) é uma prova cabal de que resta ao partido torcer apenas por Henrique Afonso na corrida pela prefeitura de Cruzeiro do Sul, já que ela colocou à disposição dos tucanos as siglas sob o seu comando.
O grande problema da equação encontrada pelos tucanos e republicanos é que ela alijou da aliança o ex-prefeito de Acrelândia Tião Bocalom (DEM), numa versão local da série televisiva “Todos contra um”.
Enquanto o PMDB fez pouco do oferecimento de Bittar, o PSDB, junto com Antônia Lúcia, descartou ter na aliança um nome que demonstrou possuir densidade eleitoral e que conta com o recall de ter disputado as cinco últimas eleições majoritárias. É lícito, porém, apostar que o vereador Raimundo Vaz (PR) se destaque em um cenário de resultado indefinido.
Quanto ao PMDB, que não deu a mínima para o oferecimento de Marcio Bittar em figurar de vice, no final das contas o partido conseguiu atrair Tião Bocalom e o senador Sérgio Petecão (PSD), que num primeiro momento havia anunciado estar fora da disputa eleitoral em Rio Branco.
Há quem afirme, porém, que Bittar apenas encenou uma pantomima ao oferecer-se para a chapa peemedebista, visto que sua verdadeira intenção seria constranger o desafeto Wherles Rocha.
É de se concluir que a adesão repentina – e de última hora – do DEM e do PSD ao palanque de Sinhasique dará ao PMDB a sensação de que eles fizeram tudo certo diante do desfecho que lhes parece promissor.
Mas ainda é cedo demais para arroubos de satisfação.
A oposição, fragmentada ainda, terá de lamber as feridas para um eventual segundo turno, para o qual certamente caminhará o prefeito petista Marcus Viana com o exército de cargos comissionados da prefeitura e do governo. Quanto à oposição, a representante Eliane Sinhasique, se lá estiver, deverá perder tempo em costuras que não quis fazer até agora por indolência ou por inabilidade política.
Enquanto os peemedebistas riem pras paredes, achando que tudo – a despeito do que façam de certo ou errado – lhes acaba saindo favorável, o destino pode lhes coroar com uma decepção do tamanho da empáfia que atualmente ostentam.
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