No Acre, mãe morre após suposto erro médico em parto e bebê precisa de ajuda

Com apenas 12 dias de nascido o pequeno João Lucas já tem muita história para contar. A mãe dele, Maria Renata de Lima, de 27 anos, morreu após um suposto erro médico ocorrido na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco.

Segundo os familiares do bebê, após uma cesariana, ocorrida na sexta-feira, dia 15, os médicos teriam deixado dentro dela resquícios da placenta que envolvia a criança. Sem saber da situação, Renata foi liberada e levada para casa onde, por cinco dias, sangrou e sentiu fortes cólicas.

“Quando ela tomava o remédio, melhorava, mas depois voltava tudo de novo. Quando ela saiu do hospital já estava sangrando, mesmo assim, eles a liberaram. Eu tenho certeza que houve erro médico, negligência, e eu quero justiça, porque minha mulher morreu e deixou três filhos”, diz o pai de João Lucas, Airton Silva, de 42 anos.

Sem a esposa, Airton precisa agora cuidar de João Lucas e ainda de outras duas filhas, uma de seis anos e outra de dois. “Tenho um problema sério na coluna, e não estou podendo trabalhar ainda. Estou parado e nós precisamos de ajuda. Agora que tem mais um menino, está difícil, e precisamos de ajuda das pessoas. Eu vou criar meu filho”, conta.

Segundo a Secretaria de Saúde do Acre, Maria Renata foi atendida tão logo chegou à Maternidade Bárbara Heliodora. A pasta afirmou que o caso será investigado para que se apure de houve ou não negligência no atendimento da mulher. “A paciente saiu da maternidade lúcida, mas apresentava dificuldade de coagulação sanguínea”, informou.

A vizinha de Maria Renata, Eduarda Oliveira, que a acompanhou durante todo o período de internação, desmente a Secretaria de Saúde e diz que a espera pelo atendimento durou pelo menos três horas. Além disso, ela teria sido impedida, mesmo que como acompanhante, de assistir ao parto.

“A Renata já estava sentindo muitas dores. Quando fui dar banho nela pede ajuda, e ninguém da maternidade quis ajudar. Ela estava sangrando e com dores, e foi assim todos os dias, até quando nós voltamos lá e ela precisou ser aberta novamente, mas não adiantou e ela morreu. Ela deixou um bebê, e essa família precisa de ajuda”, comenta.

Interessados em ajudar podem entrar em contato com a família pelo número (68) 9 9941-8941. João Lucas precisa de fraudas descartáveis e leite para recém-nascidos. O pai contou que, desempregado, não conseguirá garantir a alimentação diária dos filhos.