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Democracia e eleição

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A democracia é o pior dos regimes políticos,à exceção de todos os demais.
Winston Churchill.


Em qualquer sociedade democrática, necessariamente, a escolha dos seus representantes terá que passar pela soberania popular, até porque, não há democracia onde não há eleições. Contudo, a experiência nos tem demonstrado que não basta haver eleições para existir democracia. Neste particular, os exemplos são abundantes, seja no passado, seja no presente, seja aqui, seja alhures.


No nosso caso, lamentavelmente, nossas eleições sempre foram contaminadas dos mais grotescos vícios e imperfeições, desta feita, comprometendo o exercício da nossa própria democracia. Volto a repetir: jamais construiremos uma democracia minimamente respeitável enquanto mantivermos, entre vários absurdos, uma estrutura partidária anárquica, disfuncional e corrupta, a exemplo da nossa.

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Diria mais: os piores tiranos da história da humanidade chegaram ao poder pela via do voto popular. Próximo de nós, bastaria observarmos as causas que motivaram a fragilidade das democracias na Venezuela, da Bolívia, do Equador, entre outras.


A despeito das reiteradas promessas, todas a título de aperfeiçoar a nossa democracia, as mudanças que tem se processado, só tem se prestado para alimentar os subalternos interesses da nossa classe política, fazendo piorar o que já era ruim. Vide o exagerado e inaceitável número de partidos políticos com representação nas nossas Casas parlamentares;


Dos atuais 35 partidos já existentes em nosso país, 28 deles estão representados no nosso Congresso Nacional, alguns deles com apenas um único representante. Vários outros, com nenhum, mas todos, financiados com recursos públicos. Nem nas mais rabugentas republiquetas espalhadas mundo afora, vamos encontrar nada parecido. E o mais grave: se forem concedidos os alvarás aos partidos que estão na fila aguardando que o TSE os autorize a funcionar, nas eleições de 2018, mais de meia centena de partidos políticos estarão legalmente habilitados, não apenas a participarem dos processos eleitorais com candidaturas próprias, mas ao que mais e verdadeiramente lhes interessam: a terem o direito de comerem na gamela do bilionário fundo partidário e a participarem da partilha do tempo de rádio e televisão, em rede nacional, outra valorosa mina.


Falam-se muito, e oportunamente, que necessitamos de amplas e radicais reformas constitucionais, entretanto, nenhuma delas é mais urgente que a nossa reforma atividade política, até porque, todas as demais dependem dela. Do contrário, o pior ainda estará por vir.


Se a desgraça acaba servindo para alguma coisa, já que, moralmente, a nossa classe política encontra-se abaixo do fundo do poço, ou seja, no seu volume morto, quem sabe, tenha chegado a hora de ser feita a reforma política que o nosso país tanto necessita e a nossa democracia venha ser o pior dos regimes, a exceção de todos os demais, e não, a pior democracia do planeta.


*Narciso Mendes de Assis é engenheiro civil, empresário da construção civil de das comunicações e já ocupou mandatos de deputado estadual e federal. Hoje se dedica as suas empresas de comunicação. Atualmente dirige o jornal O Rio Branco, o mais antigo do Acre.


 


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