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Impedido de participar de reconstituição, pai de estudante morto diz que vive com medo

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Jairo Barbosa - E-mail: jbjurua@gmail.com

Impedido de participar de reconstituição, pai de estudante morto diz que vive com medo

Na manhã seguinte a reconstituição da briga que resultou na morte do estudante Rafael Frota, o pai do jovem, Gutemberg Frota, voltou a se pronunciar sobre o caso que considera cheio de “coincidências”. Ontem a noite, a mãe e o irmão do estudante foram proibidos pela Polícia Civil de acompanhar a reconstituição no interior da boate. Maurício Hollemberg, advogado da família, acompanhou o processo.


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O professor continua cobrando a identificação dos quatro policiais federais que estavam com Victor Campelo, o PF preso acusado de matar o estudante. Para o pai do adolescente, o aparecimento da arma na véspera da reconstituição mais parece uma armação para beneficiar o acusado.


“ A arma estava sumida a sete chaves. Só duas pessoas, pelo que eles dizem, tinham conhecimento dessa arma. E de uma hora pra outra, ela aparece na véspera da reconstituição. Eu acho isso muito estranho. Principalmente a Polícia Federal achar. Primeiro eles levam os caras pra lá , para depois deixar a polícia civil tomar conta. É um dos fatos que eu acho estranho”, comentou.


O professor voltou a questionar a Polícia Federal, cobrou que a instituição forneça a identificação dos quatro policiais que estavam na boate na noite do crime, e disse que não confia mais na instituição.


“ Eu tenho absoluta certeza que o grupo deles era de cinco policiais. Eu quero saber quem eram esses outros quatro. A arma aparece, tudo aparece, mas esses quatro caras que estavam lá não aparecem. Esses quatro policiais não tem nome, não tem rosto? Quero que a Polícia Federal preste conta dos que acompanhavam o Victor. Enquanto isso, a Polícia Federal, pra mim, está sob suspeição. Eu não confio na polícia Federal. Se ela esconde os quatro, como eu posso confiar?”, indaga.


Medo e mudança da rotina

Desde que o filho foi assassinado, o professor Gutemberg Frota, revela que sua residência tem sido monitorada. Na rua onde mora, no bairro Bosque, afirma ele, passou a circular um carro modelo civic da cor preta com vidros escuros, que por vezes, parou na frente da sua casa. Ele disse que mudou a rotina dele e da família, que vive com medo.


“ Carros estranhos passam aqui na minha rua. De vez em quando passa um civic de cor preta e a gente não sabe de quem é. Mudei minha rotina e da minha família. Minha mulher insiste em manter sua rotina, mas eu tenho medo. Eu tenho das forças ocultas que agem neste estado. Como é que uma coisa que não existe laudo, aparece as fotos de meu filho que só a perícia tinha? Eu não vou ter medo? As forças são forças muito estranhas. Isso me revolta”, revela.


Gutemberg Frota contou ainda, que durante o curso do inquérito procurou o delegado responsável pelo caso para apresentar duas testemunhas que segundo ele, iriam causar uma reviravolta na investigação, mas o delegado se negou a recebê-lo. Dois dias depois, estranhamente, afirma ele, essas duas pessoas desistiram de prestar depoimento.


A negativa da justiça diante do pedido de relaxamento da prisão do policia federal, para o pai de Rafael foi apenas um detalhe. Ele acredita que mais cedo ou mais tarde o acusado vai sair da cadeia.


Com a voz embargada e os olhos cheios dágua, o professor revela mensagens que recebeu do filho por meio de amigos que sonharam com Rafael, e diz acreditar que ele está em um bom lugar.


“ Quanto a paz para mim e para minha família por causa dessa tragédia eu acho que vamos encontrar. Meu filho está em bom lugar. Já teve pessoas que disseram que sonharam com meu filho, que disseram algumas coisas, quanto a isso eu estou em paz. Agora o que me revolta são as forças ocultas desse estado. Tem que acabar a impunidade. Bebida não soa bem com arma. Você viu o que houve nesse ultimo domingo. Eu rezava que meu filho fosse a ultima vitima, mas ele não foi o ultimo”, finalizou.


Polícia Civil divulga imagens da reconstituição feita dentro da boate


A polícia Civil divulgou imagens do procedimento que durou mais de quatro horas. Para o processo de reprodução foram intimados, além do policial federal Victor Campelo e a namorada, Lavínia Melo, de 19 anos, os jovens apontados como responsáveis pela confusão que teria motivado os disparos.



A equipe de peritos criminais e médicos legistas fizeram uso de tecnologias, como termógrafo, Scanner Forense, Kit de trajetória Balística e Luz Forense, além de outros equipamentos no procedimento. O inquérito é conduzido pelo delegado Rodrigo Noll.



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