Categories: Acre Destaque 7 Editorial Notícias Política

“A soberba precede a desgraça, e o orgulho precede a queda”

Por
Roberto Vaz

Dizem que a picada da mosca azul inebria as vítimas. Seu vírus parece ter sido inoculado no PMDB do Acre tão logo Michel Temer chegou à Presidência da República.


De mero coadjuvante em outras eleições, o partido de Flaviano Melo força agora um protagonismo incompatível com suas forças, como resta demonstrado pelas decisões que afastaram os tucanos da aliança PMDB-PP.


Marcio Bittar seria o candidato a vice que qualquer um gostaria de ter. Qualquer um menos, ao que parece, o PMDB. Na cúpula partidária, fez-se pouco caso do oferecimento, como se Bittar fosse um vice de segunda linha.


O resultado é que Eliane Sinhasique perdeu a chance de figurar ao lado do tucano, para continuar abraçada ao ex-vereador Allison Bestene.


Algumas conjeturas podem fornecer a chave para o entendimento da resistência ao nome de Bittar. A primeira é que ele seria um vice a ofuscar a candidata. A segunda é que poderia afastar da aliança o PP. A terceira é que a costura dependia da concordância do presidente do PSDB, deputado Major Rocha, que condicionou a aliança ao jogo em Cruzeiro do Sul, onde quem manda é Vagner Sales. A quarta e última ilação remete ao começo deste texto.


Como não houve esforço algum por parte do PMDB em conversar sobre tal possibilidade, é de se intuir que a turma de Flaviano anda agora de salto alto.


Afinal de contas, cargos na estrutura do governo federal não lhes faltam. Uma candidata com chance de vencer o PT é no que eles querem acreditar. Então por que, afinal, dar espaço aos tucanos?


Reviver Bittar em um jogo do qual se beneficiaria também o Major Rocha parece ser a questão central de tanta indiferença. Isolar-se no jogo com o PP de Gladson parece a coisa certa a fazer quando se quer evitar aliados fortes, que no futuro sejam capazes de disputar os espaços de poder.


O problema é que as regras ora impostas por Flaviano Melo relevam um aspecto essencial da questão: não se pode dividir o que não se tem.


Antes de se pensar na divisão – equitativa ou não – do bolo é preciso que o bolo exista.


E resistir em partilhar despojos antes mesmo de conquistá-los é uma declaração inequívoca de que a noção de estratégia está ofuscada pelo egoísmo.


A imagem que fica da peemedebista Eliane Sinhasique é que ela, do alto dos seus saltos, teme ser envolvida pela sombra do ex-deputado Marcio Bittar. E a de Flaviano a do político que se recusa a partilhar o poder antes mesmo de conquistá-lo.


No livro dos Provérbios está escrito que “a soberba precede a desgraça, e o orgulho precede a queda”. Ocorre que pra cairmos é necessário, antes, termos chegado ao alto.


O PMDB se inclina à queda antes mesmo da ascensão.


 


Share
Por
Roberto Vaz

Últimas Notícias

  • Acre
  • Notícias

Sub-20 do Flamengo chega a Rio Branco com festa da torcida

O time de futebol sub-20 do Flamengo foi recebido com festa pela torcida no aeroporto…

23/11/2024
  • Cotidiano
  • Notícias

Mega-Sena 2.799: prêmio acumula e sobe para R$ 55 milhões

Ninguém acertou as seis dezenas do sorteio 2.799 da Mega-Sena, realizado neste sábado, 23. As…

23/11/2024
  • Cotidiano
  • Notícias

Botafogo empata com Vitória, Palmeiras agradece e Brasileiro tem novo líder

O Campeonato Brasileiro tem um novo líder. Em jogo com vaias ao time, o Botafogo…

23/11/2024
  • Cotidiano
  • Notícias

Palmeiras não perdoa vacilo do Botafogo, bate Atlético-GO e assume a ponta

O Palmeiras jogou mal, mas venceu o lanterna Atlético-GO por 1 a 0, no estádio…

23/11/2024
  • Acre
  • Notícias

Flamenguistas vão ao aeroporto de Rio Branco receber sub-20

Torcedores do Clube de Regatas do Flamengo se reuniram em frente à loja Havan, em…

23/11/2024
  • Acre
  • Notícias

“Ser Flamengo é ser mais feliz”, diz acreano ansioso pelo jogo no Arena

“Sou torcedor do Flamengo desde o abrir dos olhos”, esbanjando simpatia afirmou Aldemir Barbosa da…

23/11/2024