Tenho muitas dúvidas se a grande massa de eleitores acompanha esses “mimimis” dos bastidores da política. O candidato que tem mais partidos aliados, quem tem a preferência das lideranças, etc e tal. O que vai contar mesmo é articulação feita diretamente com o “povão”. Primeiro que a política no Brasil atravessa um momento de descrédito, segundo que o cidadão quer saber se quem vai ser prefeito irá resolver os problemas básicos da sua rua, do seu bairro. Vejo muito político traçando estratégias mirabolantes, mas sem combinar com o principal personagem, o eleitor. Já vi no Acre candidato com uma ruma de partidos e apoios notáveis fracassar na hora do voto na urna. A eleição do atual senador Petecão (PSD) foi um exemplo. Naquela ocasião, em 2010, o então presidente da ALEAC, Edvaldo Magalhães (PC do B), tinha o apoio de dezenas de partidos e dos principais nomes da política acreana. Mas perdeu para uma candidatura apoiada por um Exército de Brancaleone e quase sem estrutura de campanha. Portanto, os planos de bastidores têm que estar em sintonia com a vontade popular. É como dizia uma dessas marchinhas eleitorais: “Quando o povo quer não tem jeito”.
Embate na Capital
Em Rio Branco, na minha opinião, a equação da disputa é simples. Os eleitores vão avaliar o trabalho de Marcus Alexandre (PT) na prefeitura. Se querem a continuidade do PT no comando ou mudança. Se acreditam que alguém da oposição poderá ou não fazer melhor.
Questão de credibilidade
A oposição para vencer em Rio Branco precisará passar credibilidade ao eleitor. Garantias que continuará pagando salários e terceirizados em dia. Que tem uma proposta de gestão para a manutenção das ruas e da limpeza urbana. Precisa transmitir segurança para o bom funcionamento das escolas e creches municipais e dos postos de saúde.
Tendência de polarização
Na minha avaliação, seja quantos forem os candidatos, a tendência é de uma polarização entre Marcus e Eliane Sinhasique (PMDB). A continuidade e a mudança. Claro que qualquer eleição pode apresentar surpresa. Mas nesse momento, a disputa principal tende a ser essa.
Aliados poderosos
Fora a personalidade e propostas dos dois principais candidatos irá contar para Marcus o apoio do governador Tião Viana (PT) e do senador Jorge Viana (PT). Para Sinhasique vale o endosso do presidente Temer (PMDB), do senador Gladson Cameli (PP) e do deputado federal Flaviano Melo (PMDB).
Chapa quente
Também o PT e o PMDB irão se engalfinhar na disputa proporcional para vereadores. Nesse caso, o advogado Roberto Duarte (PMDB) puxará a fila de um lado e Rodrigo Forneck (PT) a do outro. Os candidatos a vereadores é que estão na ponta, nos bairros, pedindo voto para os majoritários diariamente.
No balanço da Rede
O partido de Marina Silva (Rede) acertou ao colocar um nome para a disputa da prefeitura de Rio Branco. Não importa se tem chances reais ou não de vencer a eleição. Mas o jovem acadêmico Carlos Gomes (Rede) estará no debate para levar as propostas do partido.
Complexidade de Sena
A maior surpresa dessa eleição tem sido as articulações para a escolha dos candidatos a prefeito de Sena Madureira. Quem estava forte no jogo saiu, quem não tinha chance passou a ter. Uma confusão doida que só terá um final depois das convenções.
O ponto de desequilíbrio
A mudança começou com as desavenças entre o deputada estadual Nelson Sales (PV) e a então candidata Charlene Lima (PV). Com a publicitária fora do jogo Mazinho Serafim (PMDB), Gehlen Diniz (PP) e Nelson se chegarem a um acordo formarão a chapa favorita.
Nunca esteve morto
O deputado federal César Messias (PSB) tem muitos defeitos, mas falta de habilidade de articulação política não é um deles. Quando filiou o atual prefeito de Sena, Mano Rufino (PSB), no seu partido eu sabia que não tirariam a sua candidatura. Mano sempre foi candidato e vai para a disputa com chances.
Muda mais não leva
A atitude da ex-deputada federal Antônia Lúcia (PR) de destituir os presidentes regionais dos seus partidos aliados em Cruzeiro do Sul não muda nada. Ninguém apoia ninguém obrigado. A maioria dos candidatos a vereadores desses partidos estarão com Ilderlei Cordeiro (PMDB) e não Henrique Afonso (PSDB).
Questão óbvia
Ilderlei reestruturou e presidiu o PR em Cruzeiro do Sul. Portanto, tem influência sobre a maioria dos filiados. Não será um comando vindo de cima que vai mudar aquilo que já estava planejado e em curso. Oficialmente esses partidos de Antônia Lúcia podem mudar de lado, mas na prática não de candidatura.
Ouro de tolo
Na realidade, o deputado federal Major Rocha (PSDB) está entrando numa roubada. Todos sabem que o seu foco principal é eleger Henrique. A aliança com o PR tem isso como principal propósito. Mas de que adianta o apoio oficial dos partidos sem os seus filiados?
Ninho rachado
Por outro lado, o PSDB da Capital está “rachado” em várias tendências. Custo a crer que todos os seus filiados irão apoiar a candidatura de Raimundo Vaz (PR). Aqueles que estão com Márcio Bittar (PSDB), por exemplo, não vão. E agora me disseram que surgiu uma outra corrente que não está nem com Márcio e nem com o Rocha. Uma confusão doida.
Qual o rumo?
Aliás, cabe a pergunta: O quê farão com o candidato a prefeito Francineudo Costa (PSDB)? Vão tirar simplesmente o rapaz da disputa? Ele irá concorrer a vice de Raimundo Vaz? Ou será candidato a vereador? Façam as suas apostas até as convenções.
Quais as chances tucanas?
Pelo que me consta nos 22 municípios do Acre o PSDB tem candidaturas fortes e representativas, por enquanto, em apenas três. Henrique Afonso em Cruzeiro do Sul, Zum (PSDB) em Assis Brasil e Toinha Vieira (PSDB) em Sena Madureira. Não é muito para um partido que pretende entrar forte na disputa majoritária em 2018. Se no frigir dos ovos o PSDB não eleger nenhum prefeito sairá debilitado das eleições. Pior ainda, isolado do resto da oposição para fazer alianças para o próximo pleito geral. A verdade é que o acordo com o PR restringiu o raio de atuação dos tucanos e não ampliou. Mas como a vontade soberana é do eleitor aguardemos para ver o resultado final.
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