Era uma tragédia anunciada. Nesta quinta-feira, 14, a cidade de Brasiléia amanheceu movimentada pela ação da Polícia Federal, cujos agentes estacionaram as viaturas em frente à prefeitura do município com a ordem judicial de afastar imediatamente do cargo o prefeito Everaldo Gomes (PMDB). O ex-prefeito Aldemir Lopes, também peemedebista – e eminência parda do primeiro –, recebeu voz de prisão.
O anúncio que se concretizou na ação da PF e do Ministério Público podia ser visto nos quatro cantos da cidade, em forma de negligência administrativa e muita insatisfação popular. Outros sinais somavam-se a estes, e tinham, como vítimas, servidores municipais cujos salários atrasavam com frequência.
De promessa de mudança em uma cidade descontente com o estilo petista de governar, Everaldo Gomes se revelou em verdadeiro fiasco como gestor público. A ponto de ter colocado de volta no jogo político um PT antes rechaçado pela maioria dos eleitores.
Ao descaso com a infraestrutura da cidade, que outrora recebia centenas de turistas nos finais de semana, sucederam-se escândalos envolvendo supostas malversações dos recursos públicos.
Primeiro foi a suspeita de desvio de dinheiro da saúde. Depois a cobrança do Ministério Público Estadual quanto à aplicação de verbas destinadas ao período pós-alagação. E antes da ação dos agentes da PF na Operação Metástase, ontem, a decisão da justiça de bloquear os bens do prefeito e de um empresário do ramo de entretenimento, ambos sob a suspeição de contratação ilegal deste último para a realização do carnaval fora de época deste ano.
O nome da operação da PF, aliás, remete à terminologia científica, já que “metástase” significa a disseminação de bactérias, vírus e células cancerosas, por via sanguínea ou linfática, através do organismo.
Sob a gestão de Everaldo Gomes em Brasiléia, a Polícia Federal, o MP e a justiça suspeitam que a corrupção tenha se alastrado pela administração pública como um câncer.
Para conter os males causados por Everaldo e sua turma, a PF realizou uma devassa na casa dele e de alguns auxiliares, apoiadores e até financiadores de campanha. Nem mesmo prestadores de serviço foram poupados da ação policial.
Segundo a PF, o prefeito e quatro secretários municipais estão envolvidos em desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e fraude em documentos públicos. É muita tramoia para um município tão pequeno.
E, ao que tudo indica, enquanto Everaldo Gomes e Aldemir Lopes promoviam suas traficâncias na prefeitura, a população amargava o caos.
E pensar que este Aldemir, que vive sob suspeição seja um dos que manda e desmanda do diretório Regional, do qual é secretário geral. Este é PMDB que a pré-candidata a prefeita de Rio Branco coloca como opção para os eleitores da capital nas próximas eleições.
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