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Uma arte em decadência

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A arte política, tal qual idealizada pelos gregos e teorizada por pensadores como Thomas Hobbes, John Locke e Montesquieu – para ficarmos em alguns clássicos – tem sido constantemente vilipendiada neste período de pós-modernidade, sobretudo no Brasil.


Enfrenta-se, aqui, uma Era de decadência das funções políticas sem precedentes na História. E todos os dias constata-se que a representatividade do cidadão brasileiro nunca esteve tão comprometida por interesses pessoais e de grupos, quase sempre inconciliáveis com o bem comum.

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As operações policiais que se sucedem tendem a mostrar o esgoto em que se tornou a atividade política brasileira, por onde correm os dejetos morais das velhas raposas ou que acaba por desaguar em biografias até então tidas por impolutas.


Em meio ao lodaçal, resta ao brasileiro comum dividir as longas jornadas diárias de trabalho duro com as preocupações em relação a um futuro arruinado por dezenas de políticos que se especializaram em se beneficiar do dinheiro público.


Fala-se em crise decorrente do atual sistema político brasileiro, mas ela é antes de tudo moral.


Pois são os homens que fazem o sistema, e ainda que este, em dado momento, pareça funcionar por si mesmo, determinando o funcionamento das coisas, são aqueles que continuam a moldar, ad perpetuum, os resultados que diariamente nos envergonham.


Tem-se, com isso, a rejeição natural à política por parte do brasileiro honesto – da qual já foram abolidos, por antecipação, os muito pobres e analfabetos – e com isso o terreno se torna fértil aos mercadores da ingenuidade alheia. Florescem os populistas, os larápios, os bons de lábia e outros personagens tão daninhos quanto ao progresso do país.


E não apenas em nível nacional, como no nosso sofrido Estado do Acre vicejam figuras ocupadas com seus negócios particulares, sempre travestidos de boas intenções e altruísmo.


As eleições que se avizinham se darão sob a maior crise moral já vista no Brasil, que chegou ao Acre para impactar ainda mais uma economia incipiente e revelar as suscetibilidades de nossa dependência financeira à União. Em outras palavras, não apenas nos afetam nossas escolhas locais, como aquelas feitas por eleitores dos quatro cantos do país.


Neste cenário, teremos a oportunidade, este ano, de fazer a parte que nos cabe neste imenso latifúndio ao escolher nossos representantes para as prefeituras e câmaras de vereadores. É o momento ideal de mostrarmos que estamos dispostos e tomar decisões acertadas porque calcadas na razão e na necessidade de renovarmos o ambiente político.


É um ótimo momento, também, para se repudiar o ínfimo benefício pessoal e imediato, que marca a participação de uma significativa parcela do eleitorado nas eleições locais, acostumada a vender o voto na “hora H”.


Em vez disso, cabe a todos nós pleitearmos ganhos coletivos, em médio e longo prazo, decorrentes do trabalho sério dos que estão aptos a fazer da política um instrumento de transformação social – tal qual foi idealizada pelos gênios da nossa raça.

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