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Daniel Gomes tenta desmentir em carta que procurou Sinhasique

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Agência TJ Acre


Uma carta endereçada à Assembleia Legislativa do Acre assinada pelo presidiário Daniel Gomes, acusado de participar da compra e venda irregular de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, tenta desmentir a deputada Eliane Sinhasique (PMDB), que na última quarta-feira (6) afirmou na tribuna da Aleac ter recebido um recado para falar com Daniel Gomes no quartel do Batalhão de Infantaria e Selva, em Rio Branco, onde ele está preso desde o dia 26 de abril.


Mas antes mesmo de a mesa diretora da Aleac e a deputada Eliane Sinhasique terem acesso a carta, seu conteúdo vazou na íntegra por meio do jornalista Washington Aquino em seu programa na TV5, na manhã desta terça-feira, 12. Até as 9h30 da manhã de hoje a carta não havia sido protocolada na Assembleia Legislativa, informou ao ac24horas a Assessoria de Imprensa da Casa.


A carta é registrada em cartório com a seguinte assinatura: Daniel Gomes, cidadão acreano – eleitor.
Através do documento, Gomes diz que ao citar o seu nome na tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a deputada Eliane Sinhasique (PMDB) tomou uma atitude “precipitada e mentirosa” e que em nenhum momento ele manifestou interesse em dar declarações a parlamentar.


Eliane desmente Daniel e reafirma que foi procurada

Mesmo sem ainda ter conhecimento do teor da carta, a deputada Eliane Sinhasique respondeu, ao ser indagada por ac24horas, que Daniel Gomes manifestou interesse em falar com ela, ao contrário do que ele diz. A parlamentar acrescentou que foi ao local em que o ex-diretor da Sehab está preso, porém ele se recusou a falar com ela. Eliane acredita que por alguma influência externa, Daniel Gomes mudou de ideia.


“Ele mandou dois recados pra que eu fosse lá. Eu fui lá terça-feira (semana passada), ele estava no banho de sol e ele não quis mais falar comigo. Acho que quando eu tornei público essa história e disse que só ia conversar com ele se pudesse gravar, ele se amedrontou. Deve tá sofrendo alguma pressão externa pra agir dessa forma. Acho que ele recuou em função disso. Mas na verdade ele não tem que dizer nada pra mim não. Ele tem dizer pra polícia, entendeu.”


Eliane diz que ficou sabendo que Daniel Gomes queria conversar com ela ao receber um recado dado por duas pessoas que o visitaram.


Ao ser perguntada sobre o pedido de cassação feito por Daniel Gomes por quebra de decoro parlamentar, Eliane ironizou e apontou que, diferentemente do ex-diretor da Sehab, não possui histórico de corrupção.


“Eu não me amedronto com esse tipo de ameaça até porque é a palavra de uma deputada que tem um passado e um presente limpo. Não tenho histórico nenhum de corrupção. E ele é um cara que está preso por trocar casas populares por sexo. Pra mim ele não tem moral nenhuma.”


PARA ENTENDER O CASO:

Daniel Gomes era diretor executivo da Secretaria de Habitação e Interesse Social e foi preso no último dia 26 de abril na Segunda Fase da Operação Lares, desencadeada pela Policia Civil, como um dos principais envolvidos no esquema fraudulento que vendeu e comprou unidades populares do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.


O caso que teve ampla repercussão, continua sendo investigado pela Polícia Judiciária e teve denúncia acolhida pelo juiz Gilberto Matos, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Acre. Chegou a Aleac através da proposição de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, feita pelo deputado Ghelen Diniz (PP).


A proposta de instalação da CPI foi derrubada pela bancada governista, fato que aumentou o debate entre deputados de situação e oposição. Na última quarta-feira, dia 06 de julho, a deputada estadual Eliane Sinhasique disse na Tribuna da Assembleia Legislativa que tinha recebido um recado de Daniel Gomes pedindo que ela fosse ao 4º Batalhão de Infantaria e Selva (BIS), onde o acusado cumpre prisão desde o dia 26 de abril, “para conversar com ele, eu só vou se ele gravar o que tem a me dizer” acrescentou a deputada.


As declarações da parlamentar ainda continuam em destaque na agência de notícias da Assembleia Legislativa, mas segundo Daniel, ao fazer tal afirmação perante a imprensa, Eliane deu a entender que haveria algo a ser dito que não foi declarado na via processual, “prejudicando assim de forma objetiva a minha defesa o que pode vim a me causar danos irreparáveis” diz o outro trecho da carta lida pelo apresentador e jornalista Washington Aquino.
O presidiário segue afirmando que vai buscar os reparos na via cível contra a atitude da deputada e pede ao Conselho de Ética do parlamento entre com representação por quebra de decoro parlamentar em desfavor de Eliane Sinhasique.


“O uso dessa tribuna para proferir mentiras e informações que faltem com a verdade são causas inequívocas capazes de impulsionarem ação processual para apurar a quebra de decoro parlamentar como preconiza o regimento interno desta Casa” afirma Daniel.


Um dos principais acusados pelo maior escândalo do atual governo, investigado pela compra e venda ilegal de casas do programa Minha Casa, Minha Vida, conclui o documento afirmando que nem Eliane e nenhum dos 24 deputados o representa. Ele porém, reconhece, segundo o documento lido na manhã de hoje, “a legitimidade da Assembleia Legislativa como o tripé da democracia”.


Daniel Gomes é um dos únicos da Operação Lares que ainda não deu declarações na fase de inquérito que apura a compra e venda irregular de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
Em carta ele afirma que vem realizando diligências no sentido de buscar documentações que provem sua inocência e que tem focado sua defesa na esfera processual, que é, segundo Daniel, o fórum competente.


Rossandra Melo, que ainda está presa, conseguiu através de seu advogado, prisão domiciliar, mas depende do pagamento de R$ 30 mil de fiança para garantir o alvará de soltura.


Os outros dois presos, acusados de participar do esquema, Cícera Dantas e Marcos Huck, colaboraram com a Justiça e através de delação premiada, encontram-se em liberdade condicionada.


Cleuda Maia, considerada a mentora de toda ‘imobiliária” está em liberdade concedida pelo juiz Gilberto Matos da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Acre.



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