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O Acre existe

Por
Roberto Vaz

Três dias atrás, o senador Gladson Cameli (PP) saiu exultante de uma reunião com o presidente interino Michel Temer. Foi um dos três encontros que o acriano teve com o peemedebista desde que este foi alçado ao posto maior da República.


Neste curto espaço de tempo, Michel Temer ficou sabendo que o Acre existe – não na acepção geográfica da expressão, óbvio, mas no sentido conotativo de uma existência cuja frugalidade depende da atenção do governo federal.


Gladson tratou com Temer sobre a manutenção das BRs 364 e 317, além da disponibilização dos recursos necessários à conclusão de outras obras, como a reforma a ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Rio Branco e a ponte sobre o rio Madeira, que liga o Acre a Rondônia.


Além disso, o senador do PP pediu a liberação de recursos para as pequenas obras no Estado, em especial no interior, cuja continuidade seria capaz de aquecer os mercados locais.


Em outra reunião com o presidente interino, Gladson esteve acompanhado do senador Sérgio Petecão (PSD) e membros da bancada rondoniense.


O momento político propicia esse tipo de pedido, uma vez que Michel Temer depende dos votos dos senadores para passar de interino a efetivo.


E tanto Gladson quanto Petecão sabem que estão aptos a cobrar, por antecipação, a fatura dos votos em favor do peemedebista – coisa que o petista Jorge Viana não poderia fazer, visto que defende o regresso de Dilma Rousseff e votará contra o impeachment no Senado.


Essa inversão de papeis coloca em nova perspectiva a relação do Acre com o governo federal, já que o peso dos Estados na votação do impedimento no Senado é exatamente igual.


Enquanto os petistas acrianos perdiam o timing político, na contramão da opinião pública e a favor da manutenção de um governo que aniquilou a economia, os parlamentares federais de oposição pavimentavam o caminho até o gabinete da Presidência da República.


Em meio à crise que se mantém a despeito das medidas adotadas pelo governo interino, o que se pode conseguir agora será ínfimo diante do que Dilma foi capaz de nos proporcionar e não o fez. Conclusão: o pouco que se tem é sempre preferível ao muito que não se pode alcançar.


Essa mudança não apenas nos proporciona novas perspectivas de investimentos como retira dos companheiros o discurso de que só governa bem quem tem aliados no Palácio do Planalto.


Mas isso é bem menos importante agora do que termos um presidente da República que saiba, de uma vez por todas, qual é o nosso lugar no mapa.


 


 


 


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Roberto Vaz

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