O senador Jorge Viana (PT) reuniu, nesta sexta, 8, a imprensa no seu gabinete em Rio Branco para dar as suas boas vindas à candidata a vice, Socorro Nery (PSB). Além de Jorge e Socorro, estava presente também a vice-governadora, Nazaré Araújo (PT). As perguntas giraram sobre a questão da origem partidária, PMDB e PSDB, da candidata a vice de Marcus Viana (PT). O senador destacou que esse fato tem pouca relevância.
“Meu vice-governador, em 1998, era o Edson Cadaxo do PSDB, uma pessoa que me ajudou muito e quando fui prefeito de Rio Branco a minha vice era a Regina Lino também do PSDB. Estou sendo coerente e acho que tem momentos que chamar alguém que pense diferente possa nos ajudar a fazer as coisas de outra maneira. Veja a Nazaré que tem uma família histórica do MDB e que antes era do antigo PTB. Por isso faço esse paralelo. Assim como a Socorro é de uma família tradicional do MDB, “ afirmou Viana.
A própria Socorro Nery também argumentou que não se considera uma política conservadora pelo fato de ter sido vinculada a dois partidos, PMDB e PSDB. “Se olharem para minha vida inteira, por todos os cargos pelos quais passei, a forma como me conduzi, apontam para a defesa de pautas que são progressistas e não conservadoras. Penso que o debate deve ser ampliado para não rotular as pessoas a partir dos partidos que estão vinculadas. Os vários partidos que temos atualmente não se encaixam nessas duas categorias de esquerda e direita. É preciso observar a postura das pessoas e no que elas acreditam e professam nas suas atitudes,” defendeu-se a vice.
As perguntas dos jornalistas e as explicações do senador e da vice apontaram para a direção de um sistema político desgastado no país. “Assino embaixo da tese que o nosso modelo partidário, de regras eleitorais e das composições de Governo estão falidos. Isso faz mal ao país e à democracia. Por exemplo, o governo do Michel Temer (PMDB) tem 20 partidos na sua composição. O PT tinha 14 e não deu certo. Teremos a primeira eleição sem o financiamento das empresas e já é uma tentativa de algo novo. O modelo atual está vivendo um tsunami que é ação da Justiça. Alguns achavam que era só em cima do PT, mas está pegando todos os partidos. Como alguém como o senador Aécio Neves (PSDB) que disputou a presidência e teve 50 milhões de votos perdeu o prestígio por conta dessas investigações? Ninguém pode apontar o dedo um pro outro porque todos de alguma maneira têm culpa no cartório. É impossível governar assim e defendo uma Constituinte exclusiva para a Reforma Política que quem esteja no Congresso não possa participar. Precisamos ter só cinco ou seis partidos,” argumentou Jorge Viana.
Socorro foi questionada sobre as três mudanças partidárias que teve na sua trajetória PMDB, PSDB e, agora, PSB. “Não estou entendendo as razões de me criminalizarem. Estou vindo para um partido aderindo a um projeto que tem a frente um prefeito reconhecido, transparente, que dialoga bem com a comunidade e mantem os serviços públicos funcionando. Onde que está o erro nisso? Estou utilizando a legislação brasileira que permite a desfiliação e a nova filiação. Militei no PMDB em função da tradição da minha família. Em 2015, por alguns meses, estive filiada ao PSDB, entendi que lá não havia possibilidade de fazer a construção de um bom projeto que apontasse algumas correções de rumos. Era inviável porque as pessoas não se entendem e não se respeitam. Então decidi o meu rumo político de forma consciente e coerente sem nenhuma negociata olhando para o bem coletivo,” justificou Socorro.
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