Menu

Demagogia estridente

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

O anúncio de que o governo estadual cortaria 20% dos salários dos comissionados, incluindo os secretários de Estado e o próprio governador Sebastião Viana, arrancou elogios de uma população cansada de pagar altos impostos para manter no serviço público quem, muitas vezes, não faz jus aos régios proventos.


Foi, inicialmente, um aceno do governo na direção da responsabilidade fiscal, visto que o corte, conforme advertido por Sebastião Viana, visa garantir a manutenção dos pagamentos.

Publicidade

Enviado à Assembleia Legislativa, a proposta de redução salarial contou com o voto unânime dos deputados. E não poderia ser diferente.


Acontece que a medida tem prazo de validade, para surpresa dos que esperavam vida longa a uma proposta cujo objetivo é desencarecer – para o contribuinte – a presença os apaniguados do governador e, quem sabe, livrar o orçamento do enorme parasitismo estatal que conhecemos.


Com mesma rapidez com que os embustes tendem a esbarrar na verdade, ficou claro que o projeto de lei aprovado pelo parlamento valerá até dezembro.


Até lá, como diz o ditado, Inês é morta. E como estamos em ano eleitoral, eleva-se sobre as nossas cabeças a dúvida se o governo toma a medida por razões puramente financeiras, ou o faz como estratégia eleitoral, a fim de beneficiar o aliado Marcus Viana, prefeito de Rio Branco.


Como a crise econômica engendrada pelo governo petista não tem data para terminar – diferente da proposta que diminui em 20% os salários dos companheiros –, é de se crer que o governador estabeleceu uma data aleatória. Se não, deveria explicar à população o porquê de limitar a vigência de uma decisão alardeada em entrevista coletiva à imprensa acriana.


Num cenário de retração econômica, atraso no pagamento de terceirados e fornecedores, estabelecer prazo para o corte salarial dos comissionados, convenhamos, soa como medida eleitoreira.


Sobretudo porque, ao invés de apenas reduzir os proventos de quem entra no serviço público pela janela do apadrinhamento, Sebastião Viana poderia desengavetar a tesoura e cortar as gorduras do seu governo. Ou alguém duvida que parte dos frequentadores mensais da folha de pagamento do Estado é desnecessária ao funcionamento da máquina administrativa?


Acontece que desabrigar aliados políticos em ano eleitoral implica em menos apoiadores à campanha de Marcus Viana. E o desgastado Partido dos Trabalhadores não pode se dar a esse luxo.


O que parecia uma medida meritória, uma vez demarcada o prazo de sua vigência, soa agora aos ouvidos como estridente demagogia.


 

Publicidade

 


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido