Pode ter sido acidente, mas a morte no último sábado, 2, do jovem Rafael Frota, 26 anos, atingido por um disparo de arma de fogo no interior da boate Se7, em Rio Branco, confirma uma tendência nacional: a vida do brasileiro vale cada vez menos.
Segundo o Anuário de Segurança Pública, a cada dez minutos uma pessoa é assassinada no Brasil. Só em 2015 foram contabilizadas 53.646 vítimas de crimes violentos.
De acordo com dados do Mapa da Violência, a morte de jovens vítimas de armas de fogo cresceu 463,6% desde o início da série histórica, em 1980.
As polícias engrossam as estatísticas dos dois lados do fenômeno: tanto são protagonistas dos assassinatos como alvo da criminalidade. Os dados assustam.
Em 2013, ao menos seis pessoas foram mortas por dia em decorrência da ação policial. Em cinco anos, o saldo é de mais de 11 mil pessoas assassinadas por policiais – número superior às vítimas das polícias norte-americanas em três décadas.
Baleado na barriga durante uma briga que envolveu um policial federal, Rafael Frota compõe a parcela majoritária das vítimas no país. Do total de mortos por arma de fogo em 2015, 59% tinham entre 15 e 29 anos, de acordo com o Mapa da Violência.
Um amigo de Rafael afirmou que ele estava “no local errado, na hora errada”. Mas tal fatalidade não se impõe como exceção à regra cruel de que são os mais jovens os autores e as vítimas dos homicídios.
Dos morros e favelas das grandes cidades, aos bairros mais pacatos dos menores municípios brasileiros, a juventude vem perdendo a vida por questões fortuitas.
As drogas, a desestruturação familiar e a baixa escolaridade ajudam a explicar o fenômeno da violência no país. Mas, em si, não encerram a questão.
Da banalização da violência parece decorrer a desvalorização do bem maior do ser humano, que é a vida.
Mata-se por qualquer motivo ou mesmo sem motivo algum. Mata-se até pelo desejo sádico de matar.
Não é à-toa que o Brasil figura na 11ª posição entre aqueles com mais mortes por arma de fogo no planeta. A Venezuela é líder neste ranking, em cujas últimas colocações aparecem Japão, Coreia do Sul, Marrocos e Hong Kong.
Mas as estatísticas são frias. Por essenciais que sejam à compreensão da totalidade dos danos causados pela violência, elas são incapazes de retratar, uma a uma, a dor de familiares que perdem seus entes queridos nessa guerra urbana em que vivemos.
Em outras palavras, valorizar a vida significa bem mais do que contarmos os nossos mortos.
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