Quinze meses depois da maior cheia na história do rio Acre, que desabrigou aproximadamente oito mil pessoas, o manancial apresenta o que pode ser, também, a maior seca já vista pelos acreanos.
A situação é tão preocupante que nesta sexta-feira, 1º, o governador Sebastião Viana deplorou, em coletiva à imprensa, a marca de 1,94m. E anunciou que serão investidos R$ 650 mil do Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa) para assegurar o abastecimento de água à população.
Teme o governo que a lâmina d’água do rio Acre chegue, até setembro, à marca de 1,25m, o que inviabilizaria o abastecimento.
Ano após ano, as medidas contra as cheias têm sido paliativas. O mesmo acontece quando o manancial ameaça ir além do limite necessário à captação de água para o fornecimento à população.
Os prejuízos acumulados pelos desabrigados ao longo de décadas, somados aos gastos do poder público para recebê-los e garantir, posteriormente, que retornem às suas residências justificam medidas preventivas que assegurem maior controle sobre as cheias e também quanto às secas sazonais.
Não basta que o governo estadual fale nas forças da natureza na tentativa de redimir-se da obrigação de dar respostas a equações que, no fim das contas, apontam apenas a indiferença de nossas autoridades quanto a um problema que clama solução.
Uma amostra do que poderia ser feito no rio Acre foi dada tempos atrás, através de um projeto apresentado na Assembleia Legislativa pelo ex-deputado Eduardo Farias (PCdoB). Nele, o parlamentar defendia a construção de comportas em determinado perímetro do rio Acre, capazes não apenas de conter as cheias, como de armazenar a água do período chuvoso para uso no verão.
Aos céticos que alegavam investimentos de grande monta na construção de barragens, Eduardo Farias lembrava que os prejuízos contabilizados pelas cheias justificavam a intervenção.
E ainda que o governo estadual não adote a sugestão feita na referida proposta, sob o alegado dispêndio de recursos indisponíveis, era de se esperar que ao longo dos anos houvesse procedido à recuperação da mata ciliar do rio Acre, a fim de conter maior assoreamento do leito. Concomitante a esse trabalho, faz-se urgente também a drenagem dos trechos mais críticos.
Na década de 60, preocupado com o alto crescimento demográfico da cidade de São Paulo e dos municípios vizinhos, o governo paulista decidiu reforçar o abastecimento de água da região metropolitana. Foi então planejada a construção de diversas represas nas nascentes da bacia hidrográfica do rio Piracicaba, o que deu início ao Sistema Cantareira.
A medida deveria nos servir de exemplo, sobretudo porque, em dois anos consecutivos, os paulistas e paulistanos ficaram sem água, apesar do planejamento.
Em tempos de cheia, a população dos bairros baixos de Rio Branco precisa de socorro. No de estio prolongado, é o rio Acre que apela ao bom senso das autoridades.
Como o poder público esbanja recursos que nunca chegam ao manancial, cabe a todos nós, neste momento, abrir as torneiras com moderação.
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