A prefeitura de Rio Branco, nos últimos meses, tem mostrado um grande volume de realizações. São obras importantes para os moradores, que contam, atualmente, com melhor infraestrutura viária, postos de saúde como o novo Barral y Barral, escolas bem conservadas e creches onde as mães podem deixar os filhos para cuidar dos afazeres domésticos e profissionais.
No caso do Barral y Barral, que mais parece um hotel de luxo, as pessoas não precisam mais dormir em redes à espera de consulta médica na rede pública.
E quanto às creches, elas resultam do compromisso do atual prefeito Marcus Viana (PT) em cumprir o plano de governo apresentado à sociedade acriana nas eleições de 2014.
Além disso, os estudantes seguem beneficiados pela tarifa de ônibus subsidiada pelo município, que se manteve, justamente por isso, no patamar de um real. E em meio às muitas gratuidades concedidas pela Câmara de Vereadores ao longo de décadas, quase todas sancionadas pelos prefeitos anteriores, o feito é digno de nota.
Ocorre que nem tudo são flores, como a introdução deste texto pode sugerir. Vamos aos fatos.
Vez por outra a população reclama que faltam médicos ou medicamentos nos postos de saúde e hospitais. Há casos de suspeita de que servidores da saúde, lotados nos postos, acabam por beneficiar parentes e conhecidos, ao reservar um percentual diário de fichas que devem ser distribuídas por ordem de chegada dos pacientes.
As escolas, em que pese estarem em boas condições, necessitam de mais professores capacitados e comprometidos com o trabalho diário. O desafio é oferecer educação de qualidade, capaz de instruir os alunos a chegarem ao ensino médio sabendo ler e escrever com correção – e dotados de um cabedal de conhecimentos em áreas fundamentais para o ingresso nas universidades.
Em relação às creches, é comum, também, que muitas mães reclamem da falta de vagas. Devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda, a prefeitura, em alguns casos, precisou recorrer ao sorteio dos contemplados, deixando outros sem o serviço.
Usuários dos serviços prestados pelas empresas do transporte coletivo costumam reclamar das condições dos ônibus em que são, muitas vezes, obrigados a circular como sardinhas em lata. Não falta, portanto, apenas qualidade ao serviço prestado nesse segmento, como mais rigor das empresas quanto aos horários de chegada e de partida dos coletivos e uma frota maior para atender ao conjunto da população.
A prefeitura também se orgulha de dizer que as ruas e avenidas da capital estão, em sua grande maioria, asfaltadas – mas há inúmeras ruelas e becos em que até mesmo as carroças seriam impedidas de entrar. Nesses locais, as emergências médicas e policiais são impraticáveis devido às condições de acesso.
Cabe ressaltar que o município, o Estado e o governo federal não distinguem – por classe social ou sorteio – os cidadãos que precisam pagar os seus impostos.
Ainda que o volume de obras realizadas sob a batuta do prefeito Marcus Viana impressione, convém que os serviços – digamos – “pós-inauguração” sejam ofertados com qualidade.
O Brasil tem mudado no ritmo da mentalidade de um povo que já não se satisfaz apenas com a pirotecnia das inaugurações.
Nunca é tarde lembrar que num passado bem próximo os petistas se orgulhavam em dizer que o Acre era o melhor lugar pra se viver…
