Ao primeiro alarde de que alguém morreu sem atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a reação normal de qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade é repudiar o profissional ou a equipe que negou o socorro imediato.
Foi assim que os leitores do site ac24horas interpretaram a matéria que foi ao ar sobre a morte de um homem, que passou mal no Restaurante Popular, na quarta-feira, 22, ao lado da unidade hospitalar.
Ainda que tenha havido muito alarido pelo não atendimento ao cidadão agonizante, as conclusões precipitadas e a necessidade de achar culpados para casos assim podem gerar um clima desnecessário e impertinente de caça às bruxas.
Longe de afastar responsabilidades que precisam ser apuradas pelos órgãos competentes, há que se considerar a possibilidade de que o dito cidadão, ainda que tivesse recebido no local em que caiu, toda a assistência de um profissional da saúde, poderia não ter sobrevivido. Este é um ponto.
Outro ponto diz respeito ao que pode fazer, sem a estrutura hospitalar, um médico que se disponha a burlar o protocolo estabelecido pelas autoridades do setor e deixar o seu local de trabalho a fim de atender alguém longe – ou perto – dali. Dependendo do caso, absolutamente nada poderá ser feito.
Veio de um médico a justificativa para o não atendimento do paciente no local do incidente. Segundo ele, o homem teve um mal súbito, vomitou, e sofreu de um mal estar geral. “A orientação é a gente não se ausentar. Isso descaracteriza a função do profissional da UPA. Isso é uma norma regimental, e não porque a gente não queira [atender fora do ambiente de trabalho]”, resumiu.
Médicos e enfermeiros tratam de vidas, e por isso são sempre muito cobrados quando paira qualquer suspeita de que tenham agido com imperícia ou imprudência.
No Brasil, sobretudo pelo estado de falência do setor da saúde pública, é muito comum que o cidadão confunda a ineficiência do atendimento hospitalar com a disposição de quem atende.
Não que este seja o caso. As fatalidades podem acontecer a qualquer pessoa, vidas são perdidas mesmo nos centros médicos mais aparelhados do mundo – prova de que nem o Estado mais rico, nem os profissionais da saúde podem salvar a todos que buscam atendimento.
A matéria do site mostrou a revolta da população. Este editorial chama a atenção para os elementos envolvidos no caso, ponderando algumas hipóteses, a fim de que a culpa não recaia sobre quem, porventura, costuma cumprir com denodo as suas obrigações profissionais e já tenha salvado outras vidas.
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