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Mais de 25 mil bois prontos para o abate ficam represados por causa da carga tributária no Acre

Por
Jairo Carioca

O Estado do Acre figura entre quatro federações brasileiras que teve variação positiva no primeiro trimestre entre os anos de 2015 e 2016 na pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mede a produção pecuária no pais. O abate de bovinos que em todo o Brasil registrou queda de 5,2% teve aumento de 10,3% no estado.



Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, os resultados poderiam ser mais positivos com a redução da carga tributária. Segundo a FAEAC, a taxa de ICMS praticada pelo governo impede a maior exportação de bovinos, pauta que vem sendo discutida entre pecuaristas e Secretaria da Fazenda (SEFAZ) e deve ter decisão ainda hoje (17).



Além do Acre, Rio Grande do Sul (7,4%), Paraná (5,1%), Rondônia (2,3%) e Santa Catarina recompensaram as quedas dos demais estados produtivos no abatimento de carcaças bovinas. No Acre, segundo o IBGE o abate no primeiro trimestre desse ano foi de + 10,33 mil cabeças se relacionada com o mesmo período de 2015. O estado ficou à frente de Paraíba e Santa Catarina. O maior aumento foi registrado no Rio Grande do Sul, com +31,77 mil cabeças abatidas no mesmo período. O vizinho estado de Rondônia abateu +11,86 mil cabeças de gado.


Veronez acrescentou que o setor já esperava pelo aumento no abate de bovinos no primeiro trimestre, resultado da maior disponibilidade de pastagem devido o inverno e, consequentemente, maior oferta de animais.


“Com maior oferta, o Boi do Acre ficou mais barato, a arroba aqui custa R$ 115 enquanto em São Paulo é R$ 160. Acaba acontecendo a reserva de mercado o que não é bom nem para o pecuarista que se sente penalizado do grande ao pequeno e nem para o Estado que não agrega mais valor”, analisou o presidente FAEAC.


Ainda de acordo Veronez a conversa entre os pecuaristas e o governo do Acre vem ocorrendo. De acordo com a FAEAC hoje o valor pago em ICMS não condiz com o valor praticado no mercado. A pauta principal é sobre a carga tributária cobrada na exportação de bois para Rondônia. “Se jogar o preço do boi em Rondônia, mas frente, mais imposto, fica inviável” acrescentou.



O setor pede que a Sefaz reabra o acordo possibilitado pela Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) que permite a redução até de 80% do valor do imposto a ser aplicado, o que facilitaria a saída de mais bois do estado.
Com o que chama de represamento de animais, pressão da oferta e falta de frigoríficos,
Assuero garante que os pecuaristas chegam a esperar por mais de 60 dias para fazer dinheiro e ter possibilidade de novos investimentos.


“Hoje a dificuldade é grande para o pecuarista, a escala (fila de abate) chega a 30 dias nos frigoríficos da cidade. Cerca de 25 mil bois prontos para o abate ficam na fila de espera. O fazendeiro tem que esperar até 30 dias para abater o animal e mais 30 dias para fazer dinheiro, investir em tecnologia, continuar gerando emprego e renda” assegurou.



A depressão do preço da arroba trava o mercado por falta de vazão do produto. O setor da pecuária no Acre, com um rebanho de 2,9 milhões de cabeças de gado é responsável pela geração de 50 mil empregos e tem participação de 22% no Produto Interno Bruto (PIB)


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Jairo Carioca

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