*Osmir Lima
O Estado do Acre pertence a federação brasileira por opção do povo acreano, brava gente essa que, por duas vezes consecutivas, insurgindo-se contra a orientação do poder central brasileiro, conquistou pelas armas sua independência em relação à Bolívia.
Após a revolução acreana, o Acre era para ter sido incorporado ao Brasil como estado membro, pois não existia a figura esdruxula de Território na então Constituição dos Estados Unidos do Brasil, ocasião em que, atendendo às disposições jurídicas do Tratado de Petrópolis, o presidente Rodrigues Alves sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) – o primeiro do país – dividindo o Território em três departamentos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, este último desmembrado para formar o do Alto Tarauacá em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921, por prefeitos designados pelo Presidente da República, chamados por “intendentes”.
Quando incorporado ao Brasil, o então Território do Acre passou a ser a terceira economia da Federação Brasileira, representando à época 1/3 do PIB (Auge do Ciclo da Borracha), pagando em pouco tempo, com a renda da seringa, a pesada indenização de dois milhões de libras esterlinas exigidas pela República boliviana.
Muito embora a borracha acreana tenha contribuído para o fortalecimento econômico do Brasil de então, este mesmo Brasil nunca soube corresponder à expectativa de desenvolvimento sonhada pelo Acre quando de sua incorporação.
Os administradores do Acre eram impostos pelo poder central, à revelia dos nossos ancestrais.
Face a esse quadro de inquietação os clamores começaram a surgir no seio da sociedade, as providências passaram a ser exigidas, e não faltaram vaticínios de que se o Governo Federal não amparasse o Acre as consequências seriam desastrosas.
Mesmo assim o governo brasileiro se mostrou totalmente indiferente.
Em virtude desse escárnio surgiram os primeiros movimentos libertários em nossa terra.
O primeiro e mais importante foi o movimento autonomista do Alto Juruá, a chamada “revolução dos cem dias”, que pretendia criar o Estado independente do Juruá.
Ademais, vários outros movimentos eclodiram a partir daí, culminando com o de 1957/1962, período em que tramitou o projeto do deputado Guiomard Santos, na Câmara dos Deputados, e que elevou o território a categoria de Estado.
Durante a tramitação dessa emenda travou-se uma verdadeira guerra de informações sobre as vantagens de ser ou não ser Estado. O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), comandado pelo então deputado federal Oscar Passos, divulgava que, com o advento do Estado o Acre, esta seria uma terra miserável pois a borracha, única produção existente, estava em franco declínio. Os funcionários, todos do Território, seriam demitidos e, no bojo dessas ações, haveria o caos completo em todos os setores.
Ao revés disso, os líderes do movimento resolveram travar a guerra de contrainformações e implantaram nos sete municípios existentes serviços de alto-falante para contradizer essas inverdades e tranquilizar a população acreana das vantagens de sermos Estado, sonho maior de nossos antepassados.
Dessa luta, ainda muito jovem e como locutor de alto-falante, eu participei. Tenho o maior orgulho de ter contribuído para ser realidade o sonho de meu avô que participou do movimento autonomista de 1910, em Cruzeiro do Sul.
Hoje, com a cabeça embranquecida pela vida, volto o meu olhar a um passado de 54 anos atrás e, apesar de inúmeros problemas que ainda temos, afirmo em alto e bom tom: VALEU A PENA.
Osmir Lima, deputado constituinte e autonomista.
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