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Mais de 210 mil passageiros deixaram de andar de ônibus em Rio Branco

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COLETIVOS - CARROS


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A reportagem do ac24horas foi às ruas pesquisar para onde está migrando o passageiro de ônibus. Em aferição feita pela RBTRANS que a reportagem teve acesso exclusivo, em um ano, o quantitativo de passageiros transportados na capital recuou de 1.876.478  para 1.666.710, uma queda de 149.999 passageiros com relação aos meses de março de 2016 e 2015. Esse percentual cresce quando o recorte é feito com base em 2014. O recuo foi de 210.768 passageiros. Uma situação que segundo a autarquia responsável pelo transporte coletivo da capital, não é nada confortável para os empresários responsáveis pelo sistema de transportes coletivos.


Mas para onde está migrando esse usuário?

De acordo o prefeito Marcus Viana, em documento enviado à Câmara de Vereadores de Rio Branco, essa queda no número de passageiros que deixou de andar de ônibus deve, principalmente, à migração das pessoas para os transportes individuais motorizados. Viana cita a melhoria na renda dos brasileiros na última década como um dos fatores ao amplo acesso à aquisição de automóveis pelos moradores da capital. Tal motivo, segundo o prefeito, “praticamente triplicou a frota de veículos individuais em Rio Branco, em contraposição ao número de usuários do sistema de transportes coletivos”.


O Sindicato das Empresas dos Transportes Coletivos do Acre (Sindcol) acrescenta a essa fórmula, o alto custo do diesel repassado ao valor da tarifa – uma das mais caras do Brasil – e a crise econômica que impactou fortemente a demanda do sistema.

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COLETIVO


De fato, levantamento feito pela reportagem junto ao Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran-AC) mostrou que, entre 2014 e 2015, entraram em circulação somente em Rio Branco, 8.468 novos veículos, a maioria carros de passeio, caminhonete e motocicletas. Em dezembro de 2015 eram 156.624 veículos circulando pelas ruas da capital, em maio deste ano, são 159.170. 2.546 novos veículos em cinco meses. Uma média de 509 veículos novos em circulação por mês.


Quem não pode migrar para o veículo motorizado, está se virando para evitar andar de ônibus em Rio Branco. Essa classe C e D, no entanto, expressa outros motivos – diferente do fator econômico – para a mudança de hábito. Entre as reclamações está o trânsito engarrafado a lotação exagerada e o desconforto das conduções. Para evitar esse tipo de dor de cabeça, muita gente vem aderindo a bicicleta como veículo oficial para ir ao trabalho.


Em busca realizada pela reportagem ao longo da Avenida Amadeo Barbosa, principal corredor de acesso à terceira ponte onde é comum ver dezenas de pessoas se deslocarem durante todo o dia utilizando bicicletas para ir e voltar do trabalho, não foi difícil encontrar essa modalidade de passageiro que trocou o desconforto dos coletivos pela bicicleta.


Para quem mora nos bairros Vila Acre, Loteamento Santo Afonso, Santa Inês, Recanto dos Buritis e adjacências, são em média oito quilômetros de pedalada até o centro da cidade, não por necessidade de exercícios físicos, mas por falta de dinheiro para pagar a tarifa de R$ 3 ou pelo desconforto de veículos superlotados.


O autônomo Rodicley Alencar sabe até quanto economiza mensalmente para ir e vim ao trabalho usando bicicleta. “É menos R$ 120 todo mês no orçamento que eu uso para comprar de alimentos para dentro de casa” disse. Alencar trabalha com serviço de manutenção de ar-condicionado, deixou de utilizar os transportes coletivos por causa da superlotação e o atraso nos horários. “Isso dificultava muito o meu trabalho com os clientes” ressaltou. Além dele, dezenas de outras pessoas preferem o conforto das ciclovias urbanas do que o sufoco dentro dos coletivos.


Kidiane Silva usa sua bicicleta para complementar as atividades da academia. “Todo dia são 6km de ida e volta” comentou. O seu marido, Daniel de Alencar, usa a mesma bicicleta para o trabalho. A economia é garantida no final do mês.


A onda da pedalada elétrica – O professor Guido da Silva, entra na estatística de quem aderiu a bicicleta elétrica, um veículo capaz de percorrer distâncias médias, de forma econômica, sem fazer barulho e sem emitir gases poluentes. O investimento é bem maior do que comprar uma “magrela”, mas a expectativa dos empresários é que esse tipo de veículo de duas rodas, seja o que mais irá vender nos próximos anos. Como bom matemático, Guido sabe até quanto o meio de transporte precisa de energia para percorrer 100 km.


“A bike elétrica precisa de 2kWh para percorrer 100 km. Não chego a fazer nem isso por semana” disse o professor que mora na estrada AC 40.


A segurança das ciclovias

Rio Branco possuiu uma das maiores redes cicloviárias per capita do Brasil, isso significa dizer que nos últimos anos, uma política de investimentos foi voltada para favorecer o uso da bicicleta com segurança, o que tem estimulado pessoas utilizarem esse veículo como meio de transporte. São 160 quilômetros de vias cicláveis projetados e mais de 110 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas já em funcionamento. A cidade tem a maior proporção de ciclovias em relação a malha viária (7,4%).


Mototaxi: a concorrência está ao lado

COLETIVO - MOTOSNo centro nervoso do transporte coletivo da capital, o Terminal Urbano, a reportagem encontrou a dona de casa Maria de Fátima. Moradora do bairro Sobral, ela opta uma vez por mês quando vem ao centro receber o Bolsa Família, pelo uso do Mototaxi, outra categoria que não tem muito o que reclamar com a alta tarifa do transporte coletivo.


“Para mim compensa andar de mototaxi, me deslocou uma vez por mês ao centro, pago entre R$ 14 e R$ 15 para chegar em casa mais rápido e sem o empurra, empurra do Terminal” disse a dona de casa.


O debate em torno de quem usa ou está deixando de usar o transporte coletivo em Rio Branco vem sendo travado pela implantação da bilhetagem eletrônica. O prefeito Marcus Viana informou que vem orientando a RBTRANS que, em todas as suas decisões, levem em forte consideração o interesse e as condições de trabalho dos empregados das empresas de transporte coletivo.


“Não é razoável buscarmos oferecer ao usuário um serviço de qualidade, com tratamento humanizado, se não pudermos garantir que os principais responsáveis por esse serviço também recebam esse tratamento”, conclui Marcus Viana.

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