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Indignação popular

A violência tomou proporções alarmantes. Prova de que a crise, ao contrário do governo que a gerou, é democrática. Nem os bandidos escapam.


Ontem, 13, integrantes dos movimentos como o Basta à Violência, o #VemPraRua e o #NasRuas deram as caras. Estiveram em frente à Assembleia Legislativa do Acre, onde seguem acampados os sem-teto que aguardam uma posição do governo sobre a traficância na Secretaria de Habitação.


A confluência a um mesmo ponto de dois movimentos distintos, que reivindicam cada um a solução dos seus problemas, não deixa de ser, também, uma convergência de razões: ao Estado cabe a solução dos problemas na área da segurança pública e explicações sobre o desvio de finalidade na venda de unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida.


Os manifestantes apenas batem na porta errada, já que a Aleac – sobretudo por ter na presidência um petista, e o governo, uma ampla base de apoio –, certamente fará o jogo do governador.


Prova disso é que o líder do governo no parlamento estadual, Daniel Zen (PT), apresentou semana passada pedido para três CPIs. Uma clara manobra para atravancar a tramitação das investigações sobre o BR-364. E não se engane o leitor: essa nova historinha que enfiamos neste texto é só uma variação sobre o mesmo tema.


Quanto aos movimentos que pedem mais segurança, sua ação decorre da clareza de que apenas ao poder público cabe o combate à violência. Afinal, nenhum bandido se sensibilizará com uma passeata que pede paz. Então pressionar o governo é a única saída razoável para quem pode contar apenas com a própria voz embargada pela indignação.


O problema dessa equação é que ela desconsidera os atuais limites da ação estatal, atualmente determinados pela crise econômica. Falta até combustível para as viaturas policiais. E não dá pra combater bandido a pé.


Em meio à manifestação contra a violência desenfreada, lá em frente à Assembleia Legislativa, os manifestantes se solidarizaram com os sem-teto. É parte da tendência geral se unirem os espoliados que buscam reparação.


Sobrou para o deputado Jamyl Asfury (PDT), cuja manobra do governo em removê-lo da Sehab para o parlamento, teve, segundo os manifestantes, a clara necessidade de blindá-lo contra as investigações.


Jamyl, aliás, é policial federal. Sua condução à política desfalcou uma instituição já marcada pela exiguidade de efetivos que deveriam cuidar das fronteiras, por onde entra grande parte dos nossos problemas. Em outras palavras, perdeu a PF e não ganhou a política, a julgar por sua desastrosa passagem pela Secretaria de Habitação.


O que Jamyl e Sebastião Viana precisam compreender sobre a metáfora da vida real é que ambos podem até não ter o que reclamar em termos de segurança – mas atualmente vivem sob o mesmo teto que ameaça cair.


 


 


 


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