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Desperdício além da conta

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Roberto Gaz

Reportagem do ac24horas mostrou que a prefeitura de Rio Branco mantém ao relento veículos que poderiam estar em circulação. A inevitável deterioração de bens, que deveriam estar disponíveis a partir de alguns reparos, contrasta com a disposição do poder público municipal em alugar de terceiros veículos que sirvam às necessidades da prefeitura. A discrepância é ainda mais insultuosa se considerarmos o período de crise econômica por que passa o país.


Mas o fato, infelizmente, não diz respeito apenas à gestão do prefeito Marcus Viana (PT). É comum num país de mais de 5,5 mil municípios que o cidadão seja onerado não apenas pela carga tributária vigente, mas também pelo descomedimento de gestores que não sabem zelar pelo patrimônio público.


Nesse aspecto, é de se crer que a ação dos governantes apenas reflete a cultura nacional. Pois não é à toa que o Brasil figura entre os países que mais desperdiçam recursos em todo o Globo.


Da água – passando pela comida –, à energia elétrica, o Brasil é uma referência de desperdício. Segundo a ONG Banco de Alimentos, só no Brasil, 26,3 milhões de toneladas de alimentos têm o lixo como destino. A maior perda é dos hortifrútis (45%).


No setor da energia elétrica, o Brasil ostenta perdas na ordem de 10% de todo o produto gerado, contra 1% de países de Primeiro Mundo, como o Japão.


E segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil é líder no ranking mundial, em que cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos. Novamente, no Japão esse índice é de cerca de 1%.


Não bastasse a cultura do desperdício afetar prefeituras, cujos gestores mostram-se, além disso, perdulários, os próprios cidadãos, em sua maioria, não demonstram ter a cultura necessária à preservação do patrimônio coletivo.


Talvez daí decorra o comportamento omisso da população em não cobrar do poder público a necessária contenção de gastos sobre aqueles bens e ações que poderiam ser otimizados na gestão. E sem a pressão popular, os gestores acabam por usar mal os recursos, ao mesmo tempo em que alegam sua escassez quando se trata de novos ou antigos investimentos obrigatórios.


Marcus Viana deveria dar maior atenção aos desperdícios de sua gestão. Pois só assim acrescentaria à sua fama de administrador competente a de político preocupado em preservar os bens que não pertencem, de maneira nenhuma ao PT, mas ao cidadão.


Além disso, deveria estar mais atento aos comissionados que ganham, mas não trabalham.


 


 


 


 


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Roberto Gaz

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