Duas mães e um pai denunciaram, nesta terça-feira, 07, que não conseguem atendimento médico na unidade básica de saúde Augusto Hidalgo de Lima, na Sobral, nem na Unidade de Pronto Atendimento Franco Silva (UPA/SOBRAL), em Rio Branco. As duas filhas, que estariam vomitando e com febre desde o domingo, dia 05, foram orientadas a voltar para casa porque não havia pediatra e o clínico geral não faria o atendimento.
“Ontem eu vim aqui na UPA da Baixada, mas o médico estava sozinho atendendo as pessoas na frente. Aí o que eu fiz? Vim novamente pela tarde e me disseram o pediatra que estava no plantão tinha saído e não sabiam se ele ia voltar. Eu esperei, mas ele nem voltou. Hoje eu voltei de novo e não tem pediatra. Agora, foi pior: me disseram que o clínico não vai atender as crianças”, conta Heliádia Buriti, que é empregada doméstica.
De acordo com Maria Fernanda dos Santos, mãe de uma das meninas que não foram atendidas, o posto de saúde nunca tem médico pediatra e os médicos que atendem na unidade geralmente “só passam dipirona para tomar e casa e nem pedem exames para poder passar remédio”, destaca ao dizer que “o jeito é procurar a UPA e tentar atendimento para fazer os exames, até porque minha filha está vomitando e com febre. É um descaso o que acontece aqui”, denuncia.
No fim da manhã, por volta das 11h30, Júnior Santos, que trabalha como pedreiro, procurou o hospital e tentou uma consulta para o filho que tem apresentado febre desde o sábado. Além de reclamar da falta de médicos nos postos de saúde da região, ele conta que nos últimos meses as coisas só tem piorado na UPA.
“A gente chegava aqui e não tinha problema para as crianças serem consultadas. O médico daqui sem atendia e passava exame e remédio, mas agora a gente não pode mais nada aqui. Eu fui reclamar com o servidor e ele pediu para eu ir na administração porque ele só seguia ordens e os médicos não seriam obrigados a atender criança. Ele me mandou foi chamar a imprensa logo”.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) negou que houvesse falta de profissionais na unidade. Segundo informa, na segunda-feira, 06, dois profissionais atenderam na UPA. Além disso, “hoje, terça-feira, a unidade conta com um pediatra no período da manhã e outro no período da tarde”, esclarece.
Também de acordo com a pasta, alguns pacientes não aceitam a classificação e querem ser atendido de imediato, o que não pode acontecer, pois o atendimento em UPAs não ocorre por ordem de chegada, mas por classificação de risco (…) uma orientação internacional de saúde que preconiza quais queixas e sintomas”, completa.
Sobre a falta de profissionais no posto de saúde Hidalgo de Lima, a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) informou que o atendimento está de fato reduzido. Em nota, informa que dois profissionais estão se revezando entre os turnos da manhã e tarde, mas que a partir da próxima semana os atendimentos devem voltar ao normal, com três médicos atendendo por turno. A pasta pediu compreensão aos moradores da região.