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Empresa que construiu base da Petrobrás no Acre teria pago propina a Collor

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João Renato Jácome

Novos fatos revelados pela Operação Lava Jato, que investiga crimes na estrutura da maior empresa pública do país, a Petrobrás, revelam que o senador [e ex-presidente da República], Fernando Collor de Mello (PTB-AL), teria recebido propina da construtora responsável pelas obras da base de distribuição da Patrobrás em Cruzeiro do Sul, no interior o Acre.



Nestor Ceveró, ex-diretor da empresa, que coopera com a Justiça, apontam que Collor teria recebido entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões da UTC, uma das maiores construtoras do país. A empreiteira ganhou todas as licitações da empresa desde que o delator assumiu o posto, incluindo a que previa a construção das bases de distribuição de combustíveis da BR Distribuidora, subsidiária da estatal.


O pagamento da propina ao senador era feito por intermédio de Pedro Paulo de Leoni Ramos, ex-ministro da gestão de Collor e apontado como o seu representante no esquema de corrupção na Petrobrás. De acordo com Cerveró, Pedro Paulo chegou a mostrar uma tabela feita pelo próprio senador com indicação de valores que deveriam ser pagos a ele em relação a cada negócio da BR Distribuidora. É o que revela reportagem do jornal O Estado de São Paulo, neste domingo, 5 de junho.


Ainda segundo Cerveró, os valores indicados por Collor na tabela eram “bastante elevados”, e que Pedro Paulo chegou a perguntar a ele como o ex-diretor iria viabilizar o repasse de tanto dinheiro. “Te vira que esse problema é teu”, teria respondido Cerveró ao operador do senador.


As declarações dele são similares às prestadas pelo próprio dono da UTC Ricardo Pessoa. Ele confirmou que repassou a Collor R$ 20 milhões para conseguir obras de infraestrutura na BR licitadas na gestão do presidente José Lima de Andrade Neto.


Collor e Pedro Paulo já foram denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Pedro Paulo já é alvo de duas denúncias na Corte e Collor, de outras cinco investigações sobre seu envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás.


A defesa de Collor nega que o senador tenha participado dos processos internos e licitações realizadas pela BR Distribuidora, e afirma que jamais recebeu propina da UTC.


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