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Em menos de 60 dias, Fabrício Lemos revoluciona gestão do Pronto Socorro

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João Renato Jácome

Após muitas reclamações, a Direção-Geral do Hospital de Urgência de Emergência de Rio Branco (Huerb) passou por mudanças: todos os chefes foram substituídos. O comando teria sido do governador Sebastião Viana que, juntamente com o secretário de Saúde, Gemil de Abreu Júnior, resolveu “passar o bastão” do hospital para o médico Fabrício Lemos, que até então ajudava na UPA da Sobral.


As mudanças, ocorridas há pouco mais de 40 dias, parecem já surtir efeito. O novo chefe, na opinião de servidores e usuários antigos da unidade de saúde, estaria “revolucionado os atendimentos” realizados pelo hospital. Novos serviços foram colocados à disposição da população e até uma Ouvidoria, para receber os reclames da população, foi implantada no hospital.


Antes administrado por um pastor, o Rodson de Souza, que se manteve a frente do hospital desde o início de 2015, quando se iniciou o segundo mandato do governo Sebastião Viana, o hospital manteve obras atrasadas, estrutura sucateada, atendimentos nos corredores e falta de médicos para as demandas que chegavam até a unidade.


Agora, mesmo convivendo com esses problemas, a dinâmica é outra: “quem não quer trabalhar, já sabe, pede para sair”, contou uma funcionária que teria participado de uma das reuniões da nova equipe de gestão do Pronto Socorro. Ironia ou não, vários médicos estão deixando de atender no hospital, dando espaço para outros profissionais recém-contratados.


Em março, o ac24horas contou a história da adolescente Ingridy Holanda, de 14 anos, que perdeu a visão após esperar por várias horas para que um médico especialista chegasse ao hospital e realizasse o atendimento dela. Mesmo em estado grave, já com a visão apresentando problemas, a menina foi classificada erradamente e não teve prioridade no atendimento dado. No dia seguinte, descobriu que ficaria cega de um olho para sempre.


Atualmente, Ingridy recebe atendimento médico no Hospital das Clínicas (HC), e precisará fazer um transplante de córneas. Antes, terá de enfrentar a fila de espera e encontrar, nesse meio, uma pessoa compatível com ela para puder receber as córneas e voltar a enxergar com os dois olhos.


Para a aposentada Francisca Peres, de 68 anos, houve um avanço claro na qualidade do atendimento realizado no hospital. “Quando a gente chegava aqui, quando não tinha médico, e a gente ia perguntar o pessoal do balcão porque não tinha, faltavam engolir a gente. Hoje eu cheguei aqui e fui bem tratada. Até água me ofereceram. Acho que tem que ser assim. Eu gostei do atendimento”, frisa.



Segundo Fabrício Lemos, que atualmente dirige a unidade de saúde, quase 100 médicos atuam nos atendimentos. Entre plantonistas e profissionais que ficam de sobreaviso, destaca Lemos, há uma gama de profissionais já capacitados para atender o público que se dirige ao hospital. Além disso, o chefe destaca que muitos deles estão se reciclando, e preparando-se mais para os atendimentos.


“Na verdade, o nosso lema aqui é sempre o de atender bem. Quem chega num hospital não vem porque está bem, está saudável. Quem vem ao hospital está com problemas e estamos aqui para identifica-los e tentar resolvê-lo. Imagine que a pessoa já chega mal, aí um servidor atende mal, sem dar um sorriso. Como a pessoa se sentirá? Complicado! Por isso, nossos servidores aqui são preparados para receber e acolher essas pessoal”, comenta.


O Diretor-Geral do Pronto Socorro diz que a população precisa entender o papel de cada uma das unidades de saúde. “Muitas vezes as pessoas chegam ao PS com problemas que podiam ser resolvidos num posto de saúde, por exemplo. Outra vem para o Huerb com problema de UPA. Aqui, temos nossas prioridades, mas todo mundo é atendido. Eu não admito a pessoa vir aqui e ir embora sem ser avaliada por um médico. Aqui é um hospital, cuidamos de vida.



ONDE IR? POSTO DE SAÚDE, UPA OU PRONTO SOCORRO?


O usuário que necessita de atendimento de saúde deve saber que existe hoje a implantação de redes regionalizadas e hierarquizadas de atendimento, que permitem uma melhor organização da assistência, articula os serviços, define fluxos e referências. A explicação é da Secretaria Adjunta de Atenção à Saúde do Acre (Sesacre).


As unidades básicas de saúde (UBS) – ou postos de saúde-, instaladas perto de onde as pessoas moram, ou seja, nos bairros. As unidades são a porta de entrada do usuário no SUS e deve atender para a realização de exames, consultas e realização de acompanhamento médico. Também são entregues medicamentos, tem aplicação de vacina e até são feito os encaminhamentos para o Hospital das Clínicas.


É lá onde devem ser atendidos pacientes com sintomas leves de gripe, tonturas, dor abdominal leve, mal estar, conjuntivite ou pequenos procedimentos como curativos, nebulização, suturas, e até a extração de unhas, devem ser realizados.


Diferentemente, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – a UPA 24h- é um estabelecimento de saúde de complexidade intermediária e é uma ponte entre a Atenção Básica e a
Atenção Hospitalar. A UPA funciona em todos os dias da semana, sem pausa, isso incluídos os feriados e pontos facultativos. Lá existem médicos e enfermeiros capacitados para atender casos que demandam ainda mais atenção e agilidade.


A gravidade do risco, e não a ordem de chegada, determina a rapidez com que o paciente será atendido. Ou seja, a espera varia de acordo com o quadro do paciente. Na UPA são atendidos casos como: parada cardiorrespiratória, trauma craniano, choques, exames laboratoriais de urgência, dores muito fortes ou até os ferimentos com febre. Estima-se que 90% dos problemas de saúde que chegam até essas unidades são resolvidos sem necessidade de encaminhar o paciente ao pronto-socorro de um hospital.


 PRONTO SOCORRO SÓ COM RISCO DE MORTE


A função real deste hospital é atender pessoas que correm risco iminente de vida, como acidentados, suspeitas de infarto, derrames, apendicite, fraturas, entre outras complicações. Segundo a Secretaria de Atenção à Saúde, essa informação é o caminho para o bom atendimento, uma vez que a cada dez pessoas que procuram este serviço, em média, seis não são casos de urgência.


Todos os pacientes transportados até o hospital pelo Serviço Móvel -o Samu, por exemplo- tem acesso garantido pela porta de emergência, e receberá os cuidados de uma equipe multiprofissional, responsáveis por avaliar o paciente e identificar o que é melhor para o resguarda da vida dele.


Já os pacientes que procuram o atendimento do hospital de urgência e emergência passarão por uma triagem, e será esse o meio que determinará a rapidez com que o usuário será atendido pelo médico. Pacientes com sintomas graves têm prioridade no atendimento. O atendimento pode ser prolongado porque o corpo clínico que avalia o paciente pode necessitar de exames laboratoriais, exames de imagem e/ou tem necessidade da opinião de um especialista.


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João Renato Jácome

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