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Leão ou gatinho?

Por
Roberto Vaz

O deputado federal Alan Rick (PRB) não desmentiu as notícias segundo as quais pretende deixar a Frente Popular. Mas pra isso, segundo as informações que circulam desde a semana passada, teria que, primeiro, tomar a presidência do partido.


Alan tardou a externar sua posição quanto ao impeachment da presidente Dilma, e ainda que tenha votado a favor da admissibilidade, sua imagem ficou arranhada graças a essa demora.


Depois, como se não fosse consigo, calou-se quanto aos ataques do presidente do PT acreano, Ermício Sena, que o chamou de golpista. E também nada disse sobre as críticas que recebeu de sua correligionária, a deputada estadual Doutora Juliana, que condenou sua postura em relação ao impedimento.


O sempre falante jornalista Alan Rick, apresentador do programa Gazeta Entrevista, agora se encerra num silêncio inexplicável, estarrecedor. Como se a sua ousadia como profissional de imprensa tivesse cedido à conveniência do mutismo político.


Mas enquanto não fala, Alan Rick deve agir para tomar o PRB das mãos do vereador Manuel Marcos – assim, teria como assumir seu lado oposicionista e apoiar uma candidatura em contraposição à do atual prefeito da capital. Só isso pode explicar tanto silêncio, tanto segredo por parte do deputado.


Sabe-se que ele tem conversado com alguns líderes oposicionistas, e que já teria se aproximado do DEM de Tião Bocalom e do PR de Raimundo Vaz.


Dos possíveis futuros aliados, Alan recebeu o conselho de afastar-se o quanto antes do PT, cujo barco faz água. E o cálculo está certo.


Como pretende fazer carreira na política, o parlamentar do PRB precisa, o quanto antes, romper o cordão umbilical com os petistas – que já usam os piores termos quando vão se se referir a ele.


O episódio do impeachment foi didático. Enquanto se manteve em cima do muro, e alvo dos ataques nas redes sociais devido a sua indefinição, os representantes do PT não gastaram uma única palavra para defendê-lo. Foi só anunciar que apoiava a admissibilidade do impeachment que passou a ser alvo dos companheiros.


Falta a Alan Rick, porém, o timing político. Mais uma demora em definir de que lado está, haverá de passar à opinião pública a impressão de que o deputado não tem a sagacidade necessária aos que pretendem ir longe com seus objetivos.


O tempo urge. E Alan precisa rugir, ao invés de miar.


 


 


 


 


 


 


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Roberto Vaz

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