Por Luiz Calixto
Nos últimos 15 anos não há um só vivente debaixo do céu acreano que não tenha tido os ouvidos entupidos pela propaganda oficial sobre os encantos dos chineses com os produtos do nosso mercado.
Nos bares não faltaram bajuladores de todas as espécies enchendo a cara e a boca dizendo que depois estrada Interoceânica o Acre, que estava de costas para o oceano pacífico, ficaria de frente para o insaciável mercado asiático.
A “preocupação” deles era não deixar os acreanos na janela apenas vendo a fileira de carretas carregadas da soja do centro-oeste passar por aqui sem nada deixar.
A palavra de ordem era inserir o estado na partilha das riquezas da globalização.
Para quem não sabe o governo até criou tal Comitê do Bambu, com a participação de mais de uma dezena de órgãos, para discutir a cadeia produtiva até a exportação para China.
O governo e os empresários carrapatos tratavam o porto de Illo, no Peru, por onde as riquezas acreanas seriam embarcadas para o oriente, com a mesma intimidade que os moradores do bairro da cidade nova têm com as catraias que fazem a travessia do rio.
Poucas não foram as vezes que os governadores petistas abriram suas agendas para receberem inexpressivos e desconhecidos empresários interessados na implantação de indústrias na Zona de Processamentos de Exportações de olho no corredor do pacifico. A BR-317 que vai até Assis Brasil foi rebatizada com todas as pompas com o nome artístico de “A estrada do Pacífico”
Enfim, o Acre estaria cara a cara com o maior e mais pujante mercado mundial.
Plantar para dar de comer a mais de 1 bilhão de pessoas e suprir as velozes e furiosas indústrias chinesas com insumos primários é o sonho de qualquer economia capitalista.
Pois bem.
De Inapari ao porto de Illo, a rodovia, financiada pelo BNDES, é um tapete asfáltico de dar inveja e fundamental para o desenvolvimento da economia peruana, cujo PIB cresceu a uma das maiores taxas da América Latina.
Do lado brasileiro, por enquanto, a estrada serve apenas a meia dúzia de turistas acreanos durante feriados prolongados em Cusco.
No Acre, aqueles que caíram na conversa dos ufanistas do PT e foram para janela espiar a passagem das carretas de soja estão a ver navios.
Depois de muitos anos e das incontáveis promessas não conseguimos tirar da terra sequer os grãos necessários para alimentar nossa população. Quase todo o arroz e o feijão vêm do Rio Grande do Sul e de Rondônia. Basta observar nas prateleiras dos supermercados a exposição raquítica da produção nativa.
Depois de tantas ilusões e decepções chegou finalmente a hora do povo dizer: vão todos pra China, cambada.
*Calixto é servidor público e ex-deputado estadual
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