Quanto mais se aproximam as eleições municipais a sonhada união das oposições a cada dia se torna um sonho mais distante. Acompanhei um debate entre tucanos pelas redes sociais e o tom é de radicalização. A maioria não aceita nem pensar em participar da distribuição dos cargos federais no Acre, apesar do PSDB possuir três ministérios no Governo Temer (PMDB). A postura dos tucanos acreanos está explícita na propaganda institucional do partido no Estado. O pré-candidato à prefeitura de Rio Branco, Francineudo Costa (PSDB), deixa claro que o PSDB não tem interesse em ocupar os cargos federais atualmente nas mãos do PT. O próprio presidente regional da sigla, deputado federal Major Rocha (PSDB), já avisou pela imprensa que os tucanos não participarão desse processo de indicar nomes. Outro ponto é que os tucanos não querem nenhuma aproximação com o PMDB, a quem atribuem a culpa junto com o PT da atual situação política e econômica caótica do país. Portanto, no Acre, o PSDB está num rumo completamente diferente do partido a nível nacional que tem uma grande participação no atual governo provisório do PMDB.
O ponto da discórdia
Os resquícios das eleições de 2014 ainda não foram bem resolvidos pelos tucanos comandados pelo Major Rocha. Principalmente em Cruzeiro do Sul onde as mágoas de Rocha com o atual prefeito Vagner Sales (PMDB) não foram curadas.
O motivo da dor
A candidatura de Jéssica Sales (PMDB) a deputada federal atrapalhou de alguma maneira a campanha de Rocha, em 2014. Muitos membros do PSDB do Juruá se bandearam para a candidatura da peemedebista. Rocha não digeriu bem esse processo e o que sobreviveu foi um espírito de revanche.
Batendo de frente
A candidatura a prefeito de Cruzeiro do Sul do ex-deputado federal Henrique Afonso (PSDB) é o instrumento para levar a cabo a vingança de Rocha contra Vagner. A união entre PMDB e PSDB no município se tornou praticamente impossível.
Contaminação espalhada
Esse processo de “vingança” espalhou-se para outros municípios acreanos. O PSDB de Rocha quer a ex-prefeita Toinha Vieira (PSDB) como candidata em Sena Madureira. Não aceita nem conversar com o pré-candidato do PMDB, Mazinho Serafim.
E tem mais
Em Rio Branco, não há nenhum sinal de que os tucanos possam abrir mão da candidatura de Francineudo Costa para apoiar Eliane Sinhasique (PMDB), melhor colocada nas pesquisas. Pelo contrário, a mobilização em torno do jovem candidato cresce a cada dia dentro do ninho tucano.
Fogo cruzado no Quinari
Em Senador Guiomard, Branca (PSDB), é a candidata ungida por Rocha. Mesmo com duas candidaturas de oposição teoricamente mais fortes do PP de Catalan e de André Maia do PSD, as possibilidades de unidade são praticamente impossíveis.
Mais alvos
No Quinari, Rocha não digeriu o fato do atual prefeito James Gomes (PP) ter apoiado a esposa do senador Petecão (PSD), Marfisa Galvão (PSD), a deputada federal, em 2014. O fato fez com James tivesse que sair do PSDB e ir para o PP do senador Gladson Cameli (PP). Assim Rocha irá impor candidatura própria no município e vai para a revanche com seus algozes de 2014, PP e PSD.
Rei posto, rei morto
Quem detém a liderança absoluta do PSDB no Acre é o Major Rocha. Não adianta o ex-deputado Márcio Bittar (PSDB) negociar em paralelo com os outros partidos. O grupo do Rocha vigora dentro do partido.
Caminho solitário
Se o PSDB mantiver essa atual postura em relação aos outros partidos de oposição, em 2018, irá marchar sozinho. O espatifado e o saco de mágoas que podem emergir das eleições de 2016 serão grandes.
O outro lado
No entanto, se Rocha conseguir vitórias em Cruzeiro do Sul, Rio Branco, Sena e Quinari, sairá fortalecido do processo. Assim poderá sonhar com futuras candidaturas fortes tanto ao Senado quanto ao Governo do Estado.
O risco do jogo
No entanto, se o PSDB sair derrotado na maioria desses municípios onde provavelmente manterá candidaturas próprias a situação ficará complicada para os tucanos. Em alguns lugares corre o risco de ter derrotas acachapantes que diminuirão a importância do partido a nível de Acre.
Estigma
Sem contar que o partido ficará estigmatizado por ter sido uma das causas da falta de unidade nas oposições. Essa questão tem dois lado. Sem dúvida Rocha está fortalecendo internamente o PSDB, mas corre o risco do isolamento.
Maridos traídos
O interessante desse processo de independência do PSDB é que o recente passado do partido foi apagado. O PMDB apoiou em vários momentos candidaturas majoritárias tucanas. Outros partidos de oposição também. Na mais recente disputa pelo Governo, Márcio Bittar, teve o apoio de 11 legendas oposicionistas, entre elas o PP, PMDB, PSD, entre outras. O fato já foi descartado.
Contradição
Que o Major Rocha está fazendo um mandato federal de oposição muito bem avaliado nas ações não existem dúvidas. Mas o jogo no Acre do PSDB poderá complicar a sua jornada. A visibilidade de um mandato federal nem sempre é compreendido pela grande massa de eleitores. Ainda mais num Estado bairrista.
As quimeras da unidade
Sobretudo, em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, não vejo mais como haver uma unidade das oposições. As eleições caminham novamente para várias candidaturas. Em Cruzeiro, só mesmo se o Henrique na hora H resolver sair do jogo, o que não me parece provável. Em Rio Branco, Bocalom (DEM) reafirma a todo momento ser candidato, Francineudo está empenhado na sua pré-campanha com o apoio integral do diretório estadual. Por outro lado, o PMDB não cogita tirar Eliane Sinhasique do jogo, mesmo porque no momento é a candidata de oposição com maiores chances. A disputa vai mesmo para as urnas com o PT, que tem os cargos comissionados para garantir a sua unidade, sorrindo e cantando. O Acre, que teve um dos primeiros governos petistas do Brasil, poderá continuar a ser um polo de resistência para a continuidade da hegemonia e sobrevivência do PT.
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