Um bebê morreu na Maternidade Bárbara Heliodora, antes do parto, após uma grávida esperar por três horas numa das cadeiras da unidade de saúde. O fato ocorreu na manhã desta quinta-feira, 26, e foi denunciado pela irmã da gestante, que está internada na maternidade, sob observação médica. Outros três bebês também teriam morrido entre a noite de quarta e manhã desta quinta-feira.
Itala Karleane, irmã do bebê, conta que a gestante chegou à unidade por volta das 5h30, mas, já com dores, precisou ir ao banheiro e perdeu a ordem de chamada. Ao questionar, foi informada que precisaria esperar ao menos mais três horas, já que duas presidiárias e uma grávida que estava na observação seriam atendidas naquele momento.
“A minha irmã disse que ela estava com muita dor e ela só ficava andando de uma lado para o outro. Quando ela chegou na sala de parto, o médico já disse que estava dilatada dois centímetros. Já teve o parto e o bebê nasceu morte. Eu não sei se fizeram ultrassom. Ela teve o parto 9h20. Já nasceu morto”, conta a jovem.
Itala afirma que achou estranho o procedimento de mandar que a grávida esperasse mesmo que já estivesse em trabalho de parto. Ela disse que não teve acesso ao prontuário médico porque apenas a Direção da unidade poderia autorizar a emissão de uma cópia.
“Eu estou aqui esperando a Gerência da Maternidade. Eu quero saber tudo o que aconteceu aqui. A gente já falou com a assistente social. Eu vou questionar à Direção sobre os procedimentos que tiveram aqui”, completa a irmã da grávida.
*ATUALIZAÇÃO, às 15h40:* A Secretaria de Saúde informou que antes de se manifestar sobre as mortes, vai averiguar as denúncias uma a uma e apurar os fatos. Preliminarmente, a pasta esclareceu que duas grávidas são do interior e já chegaram à unidade com “morte fetal”, ou seja, com o bebê morto. Uma delas, indígena, chegou à Capital de barco, após uma viagem de 48 horas. Um terceiro caso está, ainda, tendo as informações levantadas.