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Conselho editorial


O anúncio do presidente estadual do PT, Ermício Sena, de que os parlamentares do partido assinarão a proposta, de iniciativa do deputado Gelen Diniz (PP), que acaba com a pensão de ex-governadores veio com uma ressalva: a de que o corte no benefício não valerá retroativamente.


Em outras palavras, Jorge Viana, Binho Marques e Sebastião Viana, só para lembrarmos os petistas, continuarão com a mamata intacta no bolso do paletó. Mas o que poderia justificar, por exemplo, que o senador Jorge Viana, regiamente remunerado pelo Senado Federal, tenha uma aposentadoria de ex-governador?


Extinta no governo de Orleir Cameli, que foi moralmente linchado pelos companheiros até o último dia do seu mandato, a excrescência da pensão acabou ressuscitada por Jorge Viana. Para um Estado pobre como o Acre é no mínimo imoral que uma dúzia de pessoas receba o benefício sem que haja justifica plausível para isso.


O pagamento já foi considerado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal, que julgou ação desfavorável ao ex-governador Zeca do PT, de Mato Grosso do Sul – outro petista que gosta de viver pendurado nas tetas estatais.


Em 2006, o então governador de MS instituiu a imoralidade, como o fez Jorge Viana antes de encerrar o primeiro mandato no governo do Acre. Em janeiro de 2007, a OAB entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, para suspender o pagamento da aposentadoria ao petista sul-mato-grossense. Alegava se tratar de “retribuição pecuniária a título gratuito, como se fosse uma espécie de aposentadoria de graça”. Em setembro de 2007 o STF cassou a aposentadoria vitalícia de Zeca do PT, por 10 votos a 1.


A anuência dos petistas a um projeto que tenta sanar a imoralidade por eles próprios implantada é uma tentativa de ficar bem com a opinião pública neste momento de grande desgaste da sigla. Mas vai ficar difícil explicar por que os companheiros Jorge, Binho e Sebastião estarão a salvo da estocada.


Suportar a demagogia dessa gente é pior do que sabê-los sôfregos por benesses pagas pelo contribuinte.


Outro exemplo da bazófia insuportável é ouvir do senador Jorge Viana a defesa da diminuição do número de parlamentares federais para fins de contenção de despesas. Ninguém teve a pachorra de lhe perguntar, quando da apresentação da proposta, por que, então, ele não devolve o que recebeu até agora como aposentado do Estado.


Quem se der ao trabalho de olhar a declaração de bens se Jorge, Binho e Sebastião, feitas ao Tribunal Regional Eleitoral, vai entender por que é mãos do que imoral que eles recebam pensão vitalícia.


Nós, eleitores, votamos nos políticos pra que eles trabalhem pelo povo – e não pra passarmos o resto da vida trabalhando em benefício deles.


 


 


 


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