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Nayara Justino, de Escrava Mãe, fala sobre racismo: “Minha vida inteira passei por situações de preconceito”

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Da Redação


Nayara Justino faz uma participação especial em Escrava Mãe
Antonio Chahestian/Rede Record

Nayara Justino vai fazer sua estreia em novelas em Escrava Mãe, da Record. A atriz vai dar vida à personagem Luena, mãe de Juliana (Gabriela Moreyra), a protagonista do folhetim. Ao R7, Nayara falou sobre a participação especial em Escrava Mãe, que estreia na terça-feira (31), às 19h30.


— É uma participação, mas é uma participação forte, que traz uma energia muito grande para a novela, que dá o caminho, o rumo da história. Foi muito importante para mim. Aprendi demais, muito, com todo mundo aqui. Tenho certeza de que o pessoal em casa vai gostar. É uma participação que me marcou e espero que marque a todos também.


A personagem Luena morre logo no início da novela e, por isso, não acompanhou todas as etapas da gravação de Escrava Mãe

, realizadas em Paulínia, no interior de São Paulo. Apesar de não ter convivido com todo o elenco, Nayara contou que a amizade com os outros atores continua firme e forte.

— Não acompanhei direito as gravações porque moro no Rio de Janeiro, mas têm pessoas que mantive contato, pessoas com quem tenho um carinho enorme e tenho certeza de que a gente vai fazer outros trabalhos. E, mesmo se não fizermos outros trabalhos juntos, estarei lá por perto para aplaudir.


A novela inicia a história em 1789, na região da Angola, na África, quando os produtores de cana-de-açúcar brasileiros trazem africanos para o Brasil como escravos. A personagem de Nayara vem a bordo de um navio negreiro, é estuprada por feitores e vive momentos que retratam o país àquela época. A atriz reforçou a importância de se tratar sobre a história do Brasil de uma maneira que chegue a todos os brasileiros.


— É importante, sim, poder contar como tudo começou. Infelizmente, nas escolas, a educação é bem precária há muito tempo. Então, acho que a televisão tem essa função de mostrar o que aconteceu, o que eles realmente passaram. De mostrar que eles eram reis nos países deles e vieram para cá como escravos. É superimportante mostrar essa parte da nossa cultura que reflete até hoje.


A atriz ainda falou sobre os preconceitos que já sofreu – e continua sofrendo – por ser negra.


— Minha vida inteira passei por situações de preconceito. Nem por isso me senti menos do que as outras pessoas. Pelo contrário, ficava pensando o que passa na cabeça ddelas. Já sofri situações com o meu namorado, porque ele é branco. Já aconteceu de a gente entrar em uma loja de roupa feminina e a funcionária atendê-lo e não me atender. Temos que mudar essa visão de que as pessoas têm de que o negro não tem dinheiro, ou então se entra na loja é porque vai roubar. A gente tem que mudar essa visão. É muito triste saber que, nos dias de hoje, ainda passamos por isso e que as pessoas ainda julgam pela aparência. Muito triste mesmo.


Nayara também avaliou que os negros precisam – e devem – ocupar todas as profissões disponíveis no mercado de trabalho.


— A gente tem de estar não só na TV como na vida também. A gente pode ser médica, enfermeira, empresária. A gente pode ser tudo o que quiser. Precisamos acabar com isso.


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