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Picados pela mosca azul

Conselho editorial


O PMDB do Acre foi picado pela mosca azul. E a deputada Eliane Sinhasique é a expressão maior do que significa essa metáfora. Eleita vereadora em 2012, depois deputada estadual em 2014, ela nem sequer chegou a esquentar as cadeiras na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa antes de atirar-se de cabeça no projeto de ser eleita prefeita da capital. Daí a dúvida de que, uma vez agraciada com um novo mandato, Sinhasique seria capaz de cumpri-lo até o final antes de ser acossada pelo desejo de disputar o Senado da República ou o governo do Estado.


Pior que a ligeireza com que a parlamentar movimenta-se de um cargo a outro é a presunção dos correligionários de que a ascensão de Michel Temer lhes garante prerrogativas políticas no Acre. Como em política todo direito implica em obrigações alheias, agem como se os demais partidos lhes devessem “vassalagem”.


Sinhasique dá mostras de compartilhar dessa tese esdrúxula. Foi assim quando recomendou ao senador Sérgio Petecão (PSD) – que tentava fechar uma aliança sob a contrapartida de alçar a esposa à condição de vice na chapa – que a peemedebista recomendou que Marfisa disputasse uma cadeira de vereadora. O senador não gostou. E com razão tomou aquelas palavras como afronta pessoal.


Além do mais, não se vê esforço algum da deputada em reunir-se com as lideranças dos demais partidos de oposição, como se a viabilidade de sua candidatura fosse nascer do nada – ou do clamor do povo. Quanta ingenuidade!


Sem habilidade e disposição para tratar com os demais líderes oposicionistas, Sinhasique mostra gostar de usufruir dos bônus decorrentes da política, ainda que não queira arcar com os encargos.


Construir candidaturas majoritárias depende de traquejo, muita paciência e capacidade de acomodar interesses divergentes. Nenhuma dessas qualidades, porém, foi demonstrada pela peemedebista até agora. Ao contrário, ela acena com desdém sempre que se fala no assunto.


Alguém então precisa avisar à deputada que uma coisa é disputar cargos eletivos proporcionais; outra, bem diferente, é viabilizar-se como candidata majoritária.


Talvez, quem sabe, Sinhasique esteja esperando que Flaviano Melo e Michel Temer tomem as rédeas da situação e montem o palco em que ela pretende desfilar o seu sorriso.


Se assim for, vamos esperar pra ver quantos partidos serão arrebanhados pra aplaudir esse espetáculo.


 


 


 


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