Denúncia afirma que administradores fazem ‘pedaladas’ com recursos de manutenção utilizados em execução de obras. Assessoria de imprensa do órgão disse não saber precisar quais contratos existem com empresa suspeita.
Jairo Carioca
Quem visita o Campus da Universidade Federal do Acre observa algumas obras como a construção de calçadas na entrada da granja da Ufac após os blocos de engenharia, nas fazendas de experimentos Catuaba e Humaitá, o cenário é animador. Mas, segundo denúncia enviada ao ac24horas, o dinheiro investido nessas construções quebram o objeto de contrato com a empresa MP Maia. A administração da Ufac estaria utilizando recursos cujo objeto é para manutenção na construção das obras citadas, uma espécie de ‘pedaladas’.
De fato, o documento que a reportagem teve acesso mostra que o objeto de contrato nº 05/2013 com a empresa MP Maia em sua clausula primeira afirma como objeto para prestação de contas de serviço, o fornecimento de materiais e mão de obra referente à manutenção predial das instalações elétricas de baixa tensão, instalações hidráulicas, sanitárias, combate a incêndio, edificações e infraestrutura nos edifícios da Ufac. “O contrato não prevê execuções de serviços fora dos prédios como vem ocorrendo”, disse o denunciante.
Outro questionamento apontado como estranho na execução das obras no Campus da Ufac é a falta de placas de identificação. Nenhuma das frentes de serviços têm informações sobre os contratos, prazos de execução, empresa vencedora da licitação, engenheiro responsável e outras informações normais neste tipo de modalidade.
Procurada, a assessoria de imprensa da Ufac pediu um tempo para responder as denúncias. Depois, por email, a jornalista Aleta Dreves informou que a empresa citada, MP MAIA, possui mais de um contrato com a Universidade, mas segundo a assessoria, não era possível afirmar quais seriam esses contratos. “No momento não tenho como precisar os objetos”, informou.
Aleta orientou que a reportagem fizesse uma busca no Portal da Transparência, onde existem em nome da empresa MP MAIA vários contratos de prestações de serviços e execuções de obras, mas entre os anos de 2014, 2015 e 2016, no Campus da Universidade Federal do Acre, apenas dois documentos nessa modalidade foram localizados: um no valor de R$ 2.277.000 para construção do bloco de Doutorado e o contrato no valor de R$ 530.000 para construção do Chafaris no Campus de Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Todos os contratos são com o Ministério da Educação.
Na busca feita ao portal não foi possível localizar os objetos com relação a construção de calçadas na entrada da granja da Ufac após os blocos de engenharia, nas fazendas de experimentos Catuaba e Humaitá que conforme informado são obras que estão ocorrendo com desvio de finalidade contratual. A assessoria não respondeu o porquê da ausência das placas de identificação das obras.
No dossiê que está sendo preparado para, segundo a denúncia, ser protocolado no Ministério Público Federal existem outros questionamentos relacionados a serviços contratados com empresas para manutenção de ar-condicionado, que, segundo documentos que a reportagem teve acesso foram notificadas de forma preventiva por falta de cadastramento no CREA, tudo com amplo conhecimento da administração.
Durante a semana a reportagem tentou falar com os administradores, mas até a edição desta matéria não foi dado retorno aos pedidos de esclarecimentos.
