As famílias investigadas por terem sido beneficiadas irregularmente com casas populares construídas com recursos públicos do programa “Minha Casa Minha Vida”, do governo federal, têm até este sábado, 14, para desocuparem as casas, sob pena de terem a prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário.
O prazo foi iniciado na quinta-feira, 12, durante a 3ª fase da Operação Lares, que se destinou a ouvir as famílias beneficiadas e comunicar sobre as medidas cautelares para que todo deixassem as residências. As casas ficam nos conjuntos Rui Lino III e Cabreúva.
Foram cumpridas 74 ordens judiciais: 37 mandados de condução coercitiva e outras 37 de medidas cautelares que determinavam o abandono dos imóveis em um prazo de 48 horas.
INVESTIGAÇÕES
Segundo apurou a Polícia Civil (PC), um grupo de servidores da Secretaria de Habitação (SEHAB), frente ao recebimento de valores entre R$ 5mil e R$ 30 mil, prometiam facilitação na entrega de casas populares. Eles fizeram do órgão, como retratou o delegado Roberth Alencar, que coordena os trabalhos, um verdadeira “balcão de negócios”. Cerca de 40 casas foram vendidas e 60 direcionadas, como apontam os primeiros indícios.
Nas fases anteriores o diretor-executivo da Sehab, Daniel Gomes e o diretor-social, Marcos Huck foram presos preventivamente e também a ex-funcionária Cícera Dantas, considerada como peça chave do esquema e a empresária Rossandra Lima que confessou ter comprado uma doceria com o dinheiro da venda das casas. Destes, apenas Marcos Huck conseguiu habeas corpus e o restante continua preso.