Enquanto transcorria a sessão de julgamento do impeachment no Senado, os deputados estaduais estavam em sessão na ALEAC, nesta quarta, 11 de maio. Com a continuidade do processo a presidente Dilma (PT) será afastada por 180 dias. Quem assumirá a presidência da República será o vice, Michel Temer (PMDB). Governado pelo PT há 17 anos o quê o Acre poderá esperar do novo governo? A coluna ouviu deputados da base governista petista e da oposição sobre os possíveis efeitos da nova gestão para os rumos políticos e administrativos no Estado.
Assista ao vídeo-enquete sobre o que pensam os nossos deputados estaduais sobre os reflexos para o Acre do futuro governo de Michel Temer.
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Martelo batido em Cruzeiro do Sul
Encontrei com o coordenador do Governo do PT, no Vale do Juruá, ex-prefeito Itamar de Sá (PT). Ele me garantiu que a candidata da FPA à prefeitura de Cruzeiro do Sul, será mesmo a delegada das mulheres Carla Ivani (PSB).
Tentativa fora da política
Segundo as palavras de Itamar, o PT e partidos aliados querem uma candidatura fora da política tradicional. “O Mensalão e o Petrolão foram escândalos que afetaram a classe política. Por isso, alguém que vem de fora pode ser uma opção,” disse ele.
O outro lado da moeda
Também conversei com o deputado estadual Josa da Farmácia (PTN) que pretende ser o candidato da FPA em Cruzeiro do Sul. Ele me disse que quando se dispôs à disputa havia quatro outras candidaturas que foram pulverizadas pelo tempo. Assim acredita que o mesmo ocorrerá com a nova candidata.
Faca de dois gumes
O fato é que Josa teve cinco mil votos para deputado estadual em Cruzeiro. Ele não está nada satisfeito com o movimento que poderá tirá-lo da disputa pela prefeitura. Josa é mais independente do que se imagina. Portanto, poderão criar um adversário inesperado para a FPA em Cruzeiro do Sul.
União possível
Não está descartada ainda a possibilidade dos dois pré-candidatos de oposição em Cruzeiro, Ilderlei Cordeiro (PMDB) e Henrique Afonso (PSDB), se juntarem em chapa única. Segundo uma fonte “para quê dividir e correr o risco de perder se pode juntar e dividir a governança?”
Realidade eleitoral
Acho que uma junção dos dois nomes criaria uma chapa imbatível. Mas mesmo sem a união, Henrique e Ilderlei, na minha avaliação, serão os dois candidatos com maiores chances na disputa. Acho difícil os eleitores de Cruzeiro do Sul assimilarem uma “novidade” de alguém de fora da política. Mas como tudo é possível é melhor esperar a campanha.
De mal
Não convidem os deputados estaduais Gehlen Diniz (PP) e Jenilson Leite (PC do B) para a mesma mesa. Os dois andam trocando farpas nas sessões da ALEAC. Genhlen criticou abertamente Jenilson por ter aprovado sete sessões solenes na Casa.
Mais espinhos
Gehlen também acusa Jenilson de ser o responsável por cartas de desagravo de médicos e enfermeiros contra ele e a deputada Eliane Sinhasique (PMDB). A origem são as denúncias de mortes de recém nascidos na maternidade Barbara Heliodora em Rio Branco.
Saindo pela tangente
Jenilson garante que não foi o articulador das cartas dessas categorias. Mas crítica os colegas da oposição por fazerem acusações contra profissionais de saúde no caso das mortes dos recém-nascidos. Evidentemente que Jenilson é médico e não gostou da postura dos colegas.
Banalização
O fato é que essas sessões solenes depõe contra o parlamento acreano. Não pode haver sessão solene toda semana. Fica parecendo coisa de Sucupira, de política provinciana. Para ser solene tem que ser algo especial e não é assim que acontece atualmente. Isso banaliza as homenagens.
Jogando para a torcida
Os deputados estão fazendo dessas sessões solenes campanha política antecipada. Promovem sessões para agradar determinadas categorias e setores sociais de interesse dos seus mandatos. Uma vergonha.
Problema à vista
Se o deputado estadual Éber Machado (PSDC) resolver voltar para a FPA terá um problema. Uma parte dos candidatos a vereadores do seu partido não querem fazer campanha para Marcus Alexandre (PT). Assim podem estar de um lado, mas pedir votos para o outro.
Dois jovens políticos no páreo
As minhas observações da política acreana e o olhar sobre o momento nacional me levaram a seguinte conclusão: a futura disputa do Governo do Estado, em2018, será entre dois jovens políticos, o senador Gladson Cameli (PP) e o atual presidente da ALEAC, deputado Ney Amorim (PT). Eles têm maneiras muito parecidas de fazer política e os dois possuem bons lastros financeiros para realizarem fortes campanhas eleitorais. Na oposição, o nome de Gladson não enfrenta resistência. Por outro lado, Ney precisará aguardar o resultado das eleições em Rio Branco. Se Marcus Alexandre sair vencedor será naturalmente o candidato, mas se perder as chances de Ney Amorim crescem muito. Até mesmo pelo fato de Gladson e Ney serem jovens, com diversas vitórias eleitorais nos seus currículos e com longos caminhos a frente algo me diz que a polarização na disputa pelo Governo do Acre será entre eles.
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