Enquanto a grande maioria dos alunos se prepara para fazer as provas do segundo bimestre do ano letivo, na Escola Nova Esperança, no município de Capixaba (AC), localizado a 77 km da capital, 90 alunos estão sem aula. O principal empecilho é o transporte escolar. Revoltados, os pais resolveram protestar e prometem fechar a BR 317 caso governo e prefeitura não tomem providências para o início das aulas.
O impasse ocorre no Projeto de Assentamento da Alcoobrás – ocupação de terra iniciado em janeiro de 1999 – com a implantação da Usina de Álcool no local. As famílias que têm filhos na Escola Nova Esperança são localizadas no Zaqueu Machado, ramal da Elza e Ramal Pedro Agostinho.
“São aproximadamente 90 crianças prejudicadas com o impasse entre a prefeitura e o governo”, disse uma das mães que pediu para não ter seu nome revelado.
Segundo Sara Frank, do município de Capixaba, o estado afirma que não tem recursos para continuar com o transporte escolar compartilhado com o município, que por sua vez, não quer assumir a responsabilidade de transportar os alunos. Um vídeo gravado pelos pais, em frente à escola, aponta outras dificuldades estruturais nos ramais de acesso à escola como a recuperação de pontes.
A comunidade resolveu protestar após várias tentativas frustradas de diálogo com o município e o núcleo de educação do estado em Capixaba. “Eles já vieram aqui e nada foi resolvido” disse um dos pais.
O OUTRO LADO:
Desde a última sexta-feira (6) que a reportagem tenta falar com o representante do Núcleo da Educação Estadual e com o secretário de educação de Capixaba. Eles não foram encontrados para falar sobre o assunto e não deram retorno aos recados deixados pela reportagem através do atendimento em seus locais de trabalho e recados deixados na caixa de mensagem dos telefones.
O projeto Alcoobrás – Localizado próximo a Capixaba – AC, o Projeto de Assentamento Alcoobrás teve seu processo de ocupação da terra iniciado em janeiro de 1999.
O nome é originado da usina de álcool que ocupava a área. Depois de declarada sua falência, a empresa teve seu terreno penhorado pelo Banco do Brasil para se tornar uma grande fazenda. No entanto, foi iniciado um processo junto ao INCRA a fim de transformar a área num assentamento rural.
Com o êxito do processo, o Instituto deu início à seleção de pessoas a serem assentadas. Inicialmente foram 350 famílias e depois mais 96, em áreas de compensação florestal. Hoje elas vivem sem o benefício que seriam trazidos pela Indústria de Álcool e seus filhos sem escola.