Crise diminui expectativa de vendas com dia das mães no comércio de Rio Branco

Depois do Natal, o Dia das Mães é a segunda data mais importante para vendas no comércio. Mesmo assim, com a crise econômica que assola o Brasil, os empresários também terão um rendimento líquido bastante tímido até este domingo. Pelo menos é o que prevê o próprios varejistas no Centro de Rio Branco.

Um dos motivos que levam à essa realidade é, além da situação econômica do país, a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte. A dúvida sobre a manutenção de preços, ou mesmo sobre como ficará o bolso dos trabalhadores. Na opinião de Conceição Silva, que comercializa sapatos, bastante procurados no Dia das Mães, é taxativa ao comentar as vendas.

“A nossa expectativa é de nenhum crescimento. Eu nunca imaginei falar uma coisa dessas, até porque no Dia das Mães, todo mundo sabe, as vendas sobem, igual ao Natal. Mesmo que a gente não venda o mesmo número de produtos, a gente cresce nas vendas. E cresce de verdade. Só que para agora, sinceramente, não tem expectativas boas. O jeito é esperar até domingo e pelo manos manter como está”, conta a empresária.

Com a crise, muita gente procura os produtos que tem preços menos elevados e, claro, que caibam no bolsa.

Justamente por isso, Fátima Almeida, que vende bolsas, fez questão de renovar o estoque. “Os preços estão a mesma coisa, mas a gente tá achando que não vai ter muito crescimento nas vendas. Não estou vendendo bem, e o estoque não vai zerar. As vendas estão muito fracas desde o ano passado. No Natal, por exemplo, foi péssimo”, lembra.

A enfermeira Alessandra Mariano, de 35 anos, diz que já está há duas semanas em busca de um presente, mas tem achado os preços muito salgados e comenta: “Do jeito que tá, o dinheiro só dá mesmo para pagar as contas do mês, e guardar ali o do dia a dia, porque tem o pão, o leite. Nem a feira a gente está fazendo bem. Faz dias que procuro, mas ainda nem comprei. Tudo muito pesado para mim. Todo mundo sem dinheiro e o comércio está bem parado”, diz a consumidora.

Diferente de Conceição e Fátima, o gerente comercial de uma empresa de eletrodomésticos, Júlio Marques, vê com otimismo a chegada do Dia das Mães, o que, segundo ele, já está balançando as vendas há alguns dias. “Olha a linha branca é de fato um dos produtos mais procurados. Aqui temos vendido muito bem, até. Estamos batendo metas e, claro, colocando bons preços aos clientes. A expectativa é de aumentar as vendas em 20%, comparado ao ano passado”, afirma.

LEVANTAMENTO
Pelo menos 75% dos consumidores manifestam intenção em festejar com as mães no domingo, 08, seja com reuniões em família ou presenteando. A pesquisa foi feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Acre (Ifepac), entre 25 e 29 de abril. Ao todo, 425 consumidores rio-branquenses foram ouvidos.

De acordo com o levantamento, daqueles que devem dar festejar, 49% se mostram estimulados à comemoração somente em família, sem gastos a mais com produtos pessoais. Apenas 29% entendem que se faz necessário a compra de presentes para a lembrança da data. Outros 12% devem participar de celebrações religiosas, enquanto 9% não manifestaram interesse no assunto.

Os 25% que não comemoram o Dia das Mães alegam que não celebram a data por já não tê-las mais vivas, e 27%, por sempre ter tido convivência apenas com os pais. Dos demais, 15% dizem não conhecer a progenitora e outros 4% afirmam nunca ter festejado.

As roupas devem ser os principais presentes, pelo menos na opinião de 22% dos consumidores pesquisados; 20% optam por calçados e 17%, por perfumes. Produtos de maquiagem representam a preferência de 5% dos entrevistados.