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Mesmo com fraude na distribuição de casas, governo do Acre deve continuar responsável por seleção de famílias

Por
João Renato Jácome

 


No Acre, a “Operação Lares”, da Polícia Civil (PC), põe fim desde fevereiro deste ano a um esquema ilícito que funciona nas dependências da Secretaria de Estado de Habitação e Interesse Social (Sehab). Servidores­ já foram presos e diversos beneficiados já estão listados em três inquéritos policiais.


Na quinta-feira, 06, o Bom Dia Brasil, da TV Globo, mostrou uma série de problemas em imóveis novinhos do “Minha Casa, Minha Vida”. E choveram novas denúncias por todo o Brasil. No interior de São Paulo, por exemplo, já tem até CPI do “Minha Casa, Minha Vida”, diferente do parlamento acreano, que ainda não atentou para isso.


Só no Rio Grande do Sul são mais de 600 pessoas suspeitas de participar da venda e locação ilegal dos imóveis. No Acre, 10% desse número já está indiciado. Essas pessoas podem até ser presas se comprovados os crimes de falsidade ideológica e fraude processual.  Além disso, eles perder os apartamentos e casas.


A Caixa explicou que ampliou o convênio com o Conselho Federal de Corretores de Imóveis para reforçar a fiscalização. No caso de venda irregular, explicou que atua com a Polícia Federal para fazer a reintegração de posse. Disse também que quem vende é obrigado a restituir o dinheiro e não pode mais participar de nenhum programa.


Segundo a financiadora do “Minha Casa Minha Vida”, quem compra, perde a casa. Sobre os atrasos, a Caixa afirmou que a data da entrega é definida só depois da conclusão das obras. E que a seleção das famílias é responsabilidade de estados e municípios.


ASSESSORIA COMPROMETIDA


Computadores apreendidos durante a segunda fase da “Operação Lares” comprovaram que Daniel Gomes e Marcos Huck, ex-servidores da Sehab, pessoas da confiança do secretário da pasta, Jamyl Asfury, extraviaram computadores utilizados por eles próprios, Rossandra Mara Melo de Lima e Cícera Dantas da Silva, que já prestaram serviços ao órgão estadual. Os quatro vendiam as casas populares do governo, segundo as investigações.


De posse dos computadores, o objetivo de Gomes e Huck era destruir os arquivos que estavam nos aparelhos, dificultando assim que as investigações chegassem a eles ou outras pessoas, que colaboravam externamente com os crimes.


“Daniel e Marcos estavam ocultando provas. Eles chegaram a ocultar computadores tanto da Cícera, como da assistente. Uma tentativa clara de impedir que a polícia chegasse a mais nomes. Por isso eles estão presos hoje. O Marcos Huck, coordenador técnico-social, entregou casa para a babá dele. Ela não tinha o perfil porque não morava em área de alagação. Ela morava no Conquista”, completa o investigador Roberth Alencar, responsável por conduzir os trabalhos.


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João Renato Jácome

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