Por incrível que pareça a tese é de um deputado petista que pediu para não ter o seu nome revelado. Mas a perspectiva de Michel Temer (PMDB) assumir a presidência da República, no próximo dia 12 de maio, poderá mudar muita coisa no Acre. Segundo a minha fonte, a mudança no poder central e uma eventual derrota do PT na maioria dos municípios acreanos, em 2016, poderá provocar uma debandada de parlamentares da base do governador Tião Viana (PT). O deputado me revelou que isso esteve perto de acontecer em 1997, quando os governistas de Jorge Viana (PT), quase perderam a presidência da mesa diretora da ALEAC. Se salvaram por um voto. A teoria é que a perspectiva de poder provocaria mudanças em vários partidos da FPA no Estado seguindo orientações dos diretórios de Brasília. Na realidade a possibilidade, ainda que remota, só aconteceria com a derrota do PT, sobretudo, na eleição de Rio Branco.
Questão de lógica
Não é absurda a tese do meu interlocutor. Por exemplo, o PRB votou unido contra a presidente Dilma (PT) na Câmara Federal. No Acre, a deputada Doutora Juliana (PRB) é da base governista. Mas a direção nacional poderá exigir o afastamento do PRB do PT também no Acre.
Estigma
Na realidade o anti-petismo aflorou no Brasil inteiro. Os seguidos escândalos divulgados pela mídia macularam a imagem do partido. Ainda que muitos petistas não tenham nenhum comprometimento pessoal, mas criou-se um estigma generalizado contra a legenda.
Debandada prevista
No plano nacional, alguns jornais já fazem um cálculo que pelo menos 20 deputados federais do PT abandonarão a legenda depois das eleições municipais. Segue-se a possibilidade de prefeitos e governadores seguirem pela mesma linha.
O plano B
Um amigo, vereador petista em João Pessoa (PB), me revelou que já está sendo criada uma frente política para abrigar os futuros dissidentes do PT. Seria um novo partido de esquerda formado por ex-petistas e filiados do PC do B, PSOL e PSTU.
A esquerda viva
Na realidade muitos militantes de esquerda não concordam com o fato do PT ter “caído em tentação” para se manter no poder. Ter usado métodos de alguns partidos de direita desagrada muitos esquerdistas que se sentem traídos pelos rumorosos caso de corrupção.
Rei morto, rei posto
Sem a presidência da República o PT se torna uma legenda enfraquecida. Lula deverá enfrentar ainda muitos problemas com a Justiça. Dilma sairá com a “pecha” de incompetente. Segundo um petista de Brasília o clima nos ministérios é de fim de festa. Todo mundo arrumando as gavetas.
Escape
Durante o seu discurso na ALEAC, a deputada estadual Leila Galvão (PT), chamou primeiro Michel Temer de vice e, em seguida de presidente. Ela quer que o futuro gestor, se assumir, garanta a liberação de verbas para a manutenção das estradas do Acre. Leila não usou a palavra “golpe” no seu discurso.
Tudo igual
As informações que tenho é que a tese de manter a chapa de Marcus Alexandre (PT) inalterada com o vice Márcio Batista (PC do B) está crescendo. Petistas mais tradicionais preferem o comunista à nova filiada do PSB, Socorro Nery (PSB).
Nem pensar
O líder do PT, deputado estadual Daniel Zen (PT), não cogita mais a possibilidade de ser o candidato a vice de Marcus em Rio Branco. Para o parlamentar isso é um assunto superado. Ele acredita que é a hora do partido se unir aos seus aliados.
Verba ilusória
Esses R$ 230 milhões para a manutenção da BR 364 que o governador Tião Viana conseguiu empenhar em Brasília poderá ter problema de liberação. Não por revanchismo político do grupo de Temer, mas pela chuva de denúncias sobre a obra que deverão aparecer quando o PMDB assumir o poder.
Tempos de vacas magras
Temer terá que adotar medidas econômicas duras para o Brasil voltar a crescer. Portanto, liberação de recursos, alguns depois usados em eleições, não serão fáceis. O resto deste ano e o próximo serão muito duros para governos e prefeituras.
Tempo de criatividade
Essa crise coloca em check a criatividade dos gestores. Governar com muito dinheiro é fácil. Mas em tempos de recessão é preciso criatividade. Uma medida urgente do atual Governo do PT do Acre seria uma reforma administrativa. Deixar na gestão só quem realmente é útil e trabalha.
Caminhos abertos
A candidata a prefeita de Sena Madureira, Charlene Carvalho (PV), está se tornando a preferida da maioria da FPA. O médico Alan Areal (PT) pelo jeito já jogou a toalha da sua candidatura. Resta agora saber se o atual prefeito Mano Rufino (PSB) vai pelo mesmo caminho.
União necessária
Em Sena, a oposição precisa encontrar uma candidatura de consenso. Se saírem com mais de um candidato correm o risco de entregar a prefeitura à publicitária. Ali, só mesmo a polarização entre FPA e oposição para se ter uma eleição muito disputada.
Aberto ao diálogo
O PMDB não está fechado ao diálogo com os outros partidos de oposição em relação a candidatura de Eliane Sinhasique (PMDB), em Rio Branco. Tenho conversado com várias lideranças do partido que têm mantido contato com o PP, PSD, DEM, PR e PSDB. Se vai haver uma candidatura única de oposição é muito cedo para afirmar. Mas ao contrário do que tem se divulgado as conversações de bastidores têm acontecido. No entanto, enquanto não se decidir o quadro político nacional ficará muito difícil se adiantar qualquer acordo na disputa regional.
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