Marcos Cunha Lindoso, o Marquinho, estava sob a escolta de um agente penitenciário quando foi resgatado por dois homens armados na noite da última segunda-feira, 02, no Mercado Velho.
Marcos e outros sete presos foram liberados pela Justiça para participarem de uma feira de Artesanato no Mercado Velho como expositores de produtos artesanais produzidos por eles na penitenciária Francisco D’ Oliveira de Oliveira.
O resgate aconteceu na ida de Marcos ao banheiro do mercado. Dois homens armados com revólver renderam o agente e resgataram o preso. O agente avisou a Polícia Militar, que não conseguiu encontrar os bandidos.
“A gente tá apurando este caso. As informações que eu tenho ainda são muito poucas. Mas as informações são de que eles chegaram colocaram a arma no agente e levaram o preso”, confirmou o diretor-presidente do Instituto Penitenciário (Iapen), Martin Hessel.
O agente que fazia a escolta do preso resgatado não estava armado, segundo o diretor do Iapen.
“Numa situação dessa aí hoje a gente estaria falando de um agente morto se ele estivesse armado. Pra própria segurança deles, um vai com arma e outro fica sem arma.”
Marcos Cunha Lindoso foi preso há pouco mais de um mês pela Polícia Civil durante a Operação Fim da Linha no dia 31 de março deste ano. A operação, considerada a maior ocorrida no Acre, colocou na cadeia 160 pessoas integrantes de grupos criminosos que agiam na capital e em cidades do interior do Acre.
Esses grupos, de acordo investigações conjuntas do Ministério Público e da Polícia Civil, são responsáveis por crimes como roubos, assaltos, homicídios e os atentados a vários ônibus na capital em outubro do ano passado.
Quando foi preso na operação, Marquinho confessou ser integrante de uma facção criminosa conhecida como Bonde dos 13. Ele já tinha passagem pela polícia por homicídio e associação criminosa.
O delegado Alcino Junior, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, considerou falta de cautela da Justiça a liberação não só de Marquinho, mas de outros sete presos de uma vez só para a participação em uma feira.
“Ele tinha sido preso por crime de homicídio e estava preso também pelo crime de associação e organização criminosa na Operação Fim da Linha, onde desarticulada toda cúpula e o pessoal denominava de Bonde dos 13. Ele tava cumprindo a pena. Pediram autorização judicial de saída e a juíza mesmo a despeito da periculosidade declarada de organização criminosa, a juíza acabou liberando pra que ele fosse pra essa feira. Não só isso. Além de liberar, normalmente existe o regramento de liberação de dois presos por dia, ela liberou nesse dia oito presos, ele e mais sete. Naturalmente a escolta já ficou vulnerável pra fazer a guarda desse pessoal. Faltou um pouco cautela. Pra você liberar uma pessoa que se autodeclara integrante de uma organização criminosa, que está realmente causando problema para o estado do Acre, a Polícia Civil consegue prender 160 e, imediatamente, a Justiça não consegue enxergar a periculosidade de uma pessoa dessa!?”, completou o delegado.