A morte de um bebê, ocorrida antes do parto, na Maternidade Bárbara Heliodora, que fica em Rio Branco (AC), foi esclarecida durante coletiva de imprensa no setor administrativo da unidade pública de saúde. O encontro com a imprensa foi convocado pela Secretaria Adjunta de Atenção à Saúde.
Segundo diretor-técnico da maternidade, Everton Santiago, todos os procedimentos que deveriam ter sido tomados, desde o atendimento da gestante, até o parto cirúrgico, foram feitos, sem negligência. Ele foi questionado sobre o porquê da demora a que foi submetida Cássia Souza, entre terça, 26, e a quinta-feira, 28, num dos leitos do hospital.
“Na nossa conduta, se não há alteração do feto, é iniciada essa indução [do parto]. Isso pode demorar entre 24 e 48 horas, e essa paciente não apresentou nenhum problema. Quando a grávida apresentou trabalho de parto, foi levada para o centro. Podemos esperar 24 horas se for um feto prematuro. E isso pode chegar a até quarenta horas. Para isso, temos exames clínicos e laboratoriais”, justifica o médico.
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O pai do bebê, Leomar Torres, que acompanhou a esposa durante toda a gravidez, contou ao ac24horas que a espera se deu em meio ao clamor da gestante por uma cesariana, o que não foi levado em conta pelos médicos. “Foram dois dias de espera. Eu acho que por não terem feito a cirurgia foi uma negligência. Não fizeram nenhuma ultrassom para ver como estava o bebê”, relata o pai, que foi desmentido pelo médico Everton Santiago.
“Após o acontecido é fácil dizer que teve culpa, mas não é bem assim. Todos os óbitos que acontecem aqui na maternidade são apurados. A ultrassom foi feita. É realizada, sim. Pacientes de baixo risco não precisam fazer. Quando tem a indicação, todos os exames foram feitos. Foi uma fatalidade o que aconteceu, mas isso poderia ocorrer em qualquer maternidade”, afirmou o diretor técnico da Bárbara Heliodora.
Segundo Leomar Torres, um médico, que não estava atendendo a grávida, foi quem percebeu que a criança já estava com problemas, e, após isso, orientou urgência no parto cirúrgico. “Depois dos medicamentos, eles aplicaram o soro, para que as dilatações melhorassem. Mas também não teve avanço. Foi quando o médico viu a médica fazer a avaliação na barriga, tocando, e disse ‘essa criança tá morrendo’, e foi aí que levaram para o centro cirúrgico já para tirar o bebê morto”, completa.
Essa informação, segundo Everton, não é verdadeira. “O mesmo médico foi quem mandou [fazer o parto]. Ele estava de plantão no centro de parto e estava monitorando. A cesárea foi feita de forma muito rápida. Estramos falando de uma maternidade de alto risco. Isso não quer dizer que é culpa da maternidade”, finaliza.
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