Deflagrada na última terça-feira, 26, a Operação Lares II, da Polícia Civil (PC), continua sendo um dos assuntos mais comentados nos corredores do Palácio Rio Branco, e das secretarias de Estado. A ação culminou na prisão de dois chefes departamentais da Secretaria de Habitação e Interesse Social (SEHAB), profissionais ligados diretamente ao secretário Jamyl Asfury.
O governo do Acre, por meio das secretarias de Segurança Pública e Polícia Civil, emitiu nota oficial em que destaca que a ação da PC, na terça, mostra a isenção com que as forças de investigação trabalham em todo o estado, no combate à corrupção. Isso seria, na verdade, um comando do governador Sebastião Viana.
“Diversas operações policiais já foram realizadas em nosso Estado, com o objetivo de moralizar e depurar a administração pública (…) a imediata exoneração dos servidores envolvidos denota que o governo do Estado jamais pactuará com situações que não representem o verdadeiro sentido do exercício da função pública.”
Ainda em nota, o governo diz que todo e qualquer ato de corrupção será criteriosamente investigado e os servidores punidos exemplarmente. E foi exatamente o que o governo fez ontem, publicando no Diário Oficial do Estado (DOE/AC) a exoneração dos dois servidores da SEHAB, envolvidos no esquema, e citados no inquérito que investiga a venda de casas ilegais.
Os dois são acusados de comercializar casas e, inclusive, as distribuírem a empregadas pessoais, uma amante e, ainda, a babá da filha de um dos servidores. Eles negam o cometimento de crimes.
DESTRUIÇÃO DE PROVAS – Computadores apreendidos durante a segunda fase da Operação Lares comprovaram que Daniel Gomes e Marcos Huck extraviaram computadores utilizados por eles próprios, Cícera e Rossandra. O objetivo era destruir os arquivos que estavam nos aparelhos, dificultando assim que as investigações chegassem a eles ou outras pessoas, que colaboravam externamente com os crimes.
“Daniel e Marcos estavam ocultando provas. Eles chegaram a ocultar computadores tanto da Cícera, como da assistente. Uma tentativa clara de impedir que a polícia chegasse a mais nomes. Por isso eles estão presos hoje. O Marcos Huck, coordenador técnico-social, entregou casa para a babá dele. Ela não tinha o perfil porque não morava em área de alagação. Ela morava no Conquista”, completa o investigador Roberth Alencar.
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